Claro que daquelas cabecinhas pensadoras só podia sair coisa assim. A prova consistia em fazer os concorrentes bater natas até que dobrassem de volume e ganhassem firmeza. E a única maneira de avaliarmos o sucesso da prova seria cada concorrente virar as taças das natas batidas sobre as nossas cabeças. Só podia dar no que deu: momentos hilariantes e roupa empestada. Bem que me haviam pedido para usar um fato que pudesse levar com a mistela, isto no caso de um concorrente não conseguir bater a nata a preceito.
Como se eu não fizesse televisão há um ror de anos! Era mais que certo que a prova teria como objectivo “ensopar” o júri, para gáudio de todos em estúdio (acho que nunca vi tanta gente a assistir à gravação), e certamente de muitos aí em casa. Qualquer plateia ainda hoje ri com a clássica cena da tarte nas fuças do vilão. MasterChef é ESPECTÁCULO e o sucesso estaria garantido. O maior problema era mesmo arranjar uma fatiota que pudesse ser inutilizada, que o resto leva-se em nome do espectáculo. Em boa hora me lembrei de há muito ter posto de parte o casaco com colete, em “tweed”, que havia usado no primeiro dia de gravações do MasterChef, em 2014, no Terreiro do Paço. Era então altura de o reabilitar por uma vez fosse. O mais foi o que se viu: três jurados à mercê da “safadeza” de uns quantos miúdos cheios de graça e ginete, prontos a fazerem desabar as natas, propositadamente, mal batidas, sobre as suas cabeças. Procurei manter-me impávido mesmo quando chegou a minha vez de levar com elas, mas houve uma altura em que tive de desmontar a pose, quando já nada via e tinha natas geladas até ao umbigo.
Pelo que me toca, o António não levou a melhor, que sobre ele esvaziei toda uma embalagem de chantilly que, por ser instantâneo, também, não merecia melhor sorte. Bem tentou esconder-se atrás de um dos frigoríficos Meireles! É que os “mafarricos” não sabiam que os jurados tinham ao seu dispôr uma pequena vingança. E esta, já se sabe, serve-se fria! Não imaginam como ficou a cozinha do MasterChef depois desta prova. Quanto a mim, fiquei “de barrela” por mais de uma hora, tal a pestilência que exalava.
Foi sem dúvida o Momento da noite!
Mas de outros momentos especiais se faz o MasterChef Junior, semana após semana. Desta vez o cenário fantasia fez-se de teias de aranha e outros elementos, supostamente, de “meter medo ao susto”. Que o diga a Leonor, tão afoita, na semana passada, a dar conta das enguias vivas e tão pouco à vontade neste ambiente de “faz de conta”. Em momento algum tirou os olhos do chão, nem mesmo durante o inspirado número do mágico Miguel Pinheiro que acabou por dar o mote para a primeira prova da noite: doces com abóbora.
Em havendo gulodices toca-me a ronda pelas bancadas, que é quando faço uma primeira avaliação do que os concorrentes pretendem apresentar. Logo percebi que o Gonçalo não ganha jeito, uma vez mais prometeu “mundos e fundos”, neste caso, uma panacota de requeijão, com doce de abóbora, um crumble e um nougat e depois foi o que viu: ficou pela metade, após muita baralhação. E a panacota não tinha sabor. Tanto quer impressionar, que se perde. Já o problema do João Mata terá sido a dosagem do chocolate no seu delicioso brownie, que acabou por abafar o sabor da abóbora. Quem surpreendeu uma vez mais foi o Kiko com o pudim, de abóbora claro, e seu empratamento. Também o Tomás brilhou, com um delicado cheesecake. O António, o benjamim desta competição, evidenciou-se pela ideia (prato da horta) executada quase a preceito, a mesma sorte não teve a Maria ao apresentar uns papos de anjo raquíticos, por falta de batedura. A nota maior, como seria de esperar em prova doce, foi para a Rosarinho, com o seu suculento bolo de abóbora e amêndoa. Esta miúda é um caso sério em pastelaria, para além da capacidade de organização que evidencia em cada prova.
A última das provas desta noite seria uma prova de equipas. Quem diria, não é? (nada é garantido, em MasterChef!) E com ela novas emoções, a começar no convidado Lourenço Ortigão, que pôs as meninas a suspirar (esta Maria é um tratado!), perante o “desdém” de alguns dos rapazes (irresistíveis os apartes do Pedro Jorge). A ideia era que cada equipa nos apresentasse três doses de raviolis, uma por jurado, com recheio à escolha e molho pesto. Mas antes tinham de correr, contra um elemento da equipa adversária, pela conquista de utensílios que poderiam facilitar a tarefa culinária. A equipa vermelha resolveu rechear os raviolis de espargos, cogumelos e camarão, mas foram os da equipa azul (de presunto, cogumelos, parmesão e tomate seco), que conquistaram o nosso paladar. Feitas as contas aos pontos conquistados em todas as provas pelo elementos da equipa perdedora, não havia como evitar a comoção geral que a saída do Pedro Jorge provocou. Pois é, o concorrente que mais tocou os portugueses que acompanham o programa (quase milhão e meio) saiu de competição, ainda ela está por metade. Desde o primeiro momento que o Pedro Jorge a todos conquistou com o seu jeito bonacho e espontâneo, mas cedo percebemos as suas fragilidades na confecção de outros produtos que não fossem a tão estimada “chicha”. E redigo: esta é uma competição culinária onde os melhores a cozinhar são premiados, independentemente da personalidade de cada um. Todos nós ficámos tristes com a sua saída (muito particularmente o pequeno António, tal a amizade que ali nasceu). Também a Carolina, exemplo de delicadeza e boa formação, saiu da prova deixando-nos com uma grata recordação.
Felizmente que amanhã no “Você na TV” vou matar saudades de um e de outro.
Na próxima semana:
“Quem passa por Alcobaça não passa sem lá voltar” – e desta voltei para conhecer ainda melhor aquela que é uma das maiores abadias cistercienses da Europa. O facto de irmos gravar uma prova em Alcobaça obrigou-me a ler bastante sobre os monges de Cister, e é na pesquisa que encontro um dos maiores fascínios de fazer televisão, para ciceronear depois os concorrentes numa visita ao monumento. O próximo programa é imperdível (afinal, não são todos?), tanto mais que marca o regresso de dois concorrentes já saídos de competição. Vai haver repescagem e você vai gostar! E muito!
Boa Tarde Manuel.
Adorei este último programa e o limpar das suas lentes, pávido e sereno ao retirar as natas. Muito me ri. Nas brincadeiras em que o júri alinha, faz-me querer voltar a ser criança, sem preocupações constantes do dia-a-dia de um adulto.
Vivam as crianças!!!
Quanto ao Pedro foi pena ele sair, tinha uma certa piada, até tinha atitudes de um adulto.
Ele devia era deixar um pouco a “chicha”, pois está um pouco obeso para a altura que tem. Que ele seja muito feliz pela vida fora e que mantenha a boa disposição.
Para si um abraço carinhoso.
Maria Sousa
Olá.
O Pedrocas lá foi, nem só de chicha o programa é feito e nesta base era de calcular que num programa ele podia ficar para trás, só que aquela carinha laroca com a sua maneira de ser enchia o programa. Não quero dizer que as outras crianças cada uma á sua maneira não sejam estrelas, mas ele era o sol.
Muitas beijocas para o Pedro, tudo de bom e que continue pela vida com aquela luz que ele espalha com a sua graça e bom feitio.
Claro que para si também tudo de bom, mas hoje os louros são para o Pedro.
Manuel
Amei!
Abraço ao 2
Carla
O programa “Master Chef-júnior” é daqueles que nos fazem estar “colados” a ecrã,eu diria…a minha assiduidade ao ver a tvi, na panóplia de programas que nos dá!
Porém, este, é o programa dos sonhos, aquele que nos faz sonhar, acordar, pensar, enfim…pelo menos divertir-nos, que é o melhor, também com três chefes de cozinha simpátiquíssimos, formidáveis, infalíveis, não se havia de esperar outra coisa. Adoro, estes programas, no geral, gosto de todos, mas competições saudáveis como esta, não há igual.
Parabéns também àqueles que realizam “de alguma forma” o programa, ao apresentador(que gosto imenso), e aos outros dois chefes que se distinguem de forma tão simples e” saudável “.Um beijo à cristina, uma mulher incrível, de quem o país DEVE ter orgulho!Cumprimentos.
Olá MLG,
Adorei o programa!
Como sempre deu para rir e chorar. A cumplicidade dos miúdos e graúdos foi fantástica! Foi um excelente programa. Os Chefs e o MLG também se divertiram e pelo caminho ficam memórias que eles jamais esquecerão.
O Pedro Jorge deixa saudades, mas ficará para sempre ligado ao programa e ao tio Goucha!!!!
Obrigada pela partilha – fotos e texto a condizer – Maravilhosooooooooooooo!
Um abraço,
Muito me ri, o Manuel é um espectáculo, um autêntico miúdo. Não admira que eles adorem o tio Goucha. É de pessoas assim genuínas que eu gosto.
Beijinhos e felicidades
MG..
Bom dia!
ontem dei por mim a ir para a cama..a chorar,não devo ter sido a única,pois sei que me o Pedro Jorge..já é amado por todos nós ..
agora aquelas lagrimas ..dele…não controlar a emoção que senti.
Mas mande hoje um grande abraço hoje em directo de todos nós que o adoramos .
para si também claro <3…