Ó pobreza

joanmiro1

Apetece-me opinar sobre a venda por atacado de uma colecção de oitenta e cinco obras de Joan Miró em posse do Estado pela sua intervenção no BPN, por entender que tal atitude só reforça a ideia que tenho que a cultura continua a ser cousa de somenos para quem nos governa. Estamos a falar de um conjunto de obras que reflectem sete décadas de vida e talento de um dos grandes mestres da pintura do século XX, que nos pertence a partir do momento em que fomos nós a pagar o resgate do banco. Alienar este património é alienar a maior riqueza de um país: a cultura. As obras de Miró deveriam  ser integradas num dos nossos museus de arte contemporânea para fruição de todos os portugueses interessados e de quantos nos visitam. Sendo Portugal um dos actuais destinos europeus mais em voga em todo o Mundo, esta seria, por certo, uma mais valia na oferta cultural, só por si  dinamizadora de receitas e outros proventos. Mas não… vinga a indigência cultural, que o que importa mesmo é que se encaixem uns quantos milhões (trinta e cinco espera o Estado) mesmo que estes não paguem sequer uma percentagem de monta do buraco criado pela nacionalização do BPN. Haja é coragem política para arrumar a casa…

12 comentários a “Ó pobreza

  1. Joana Carvalho

    Eu concordo plenamente consigo. Soube desta notícia por si e como é óbvio com uma grande revolta. Reliquías vendidas para aliviar as relíquias antigas de outros….

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  2. Lúcia Salvador

    Acho que deviam aproveitar as obras para expor de preferência pelo país todo e dar uso a tantas “casas das artes” que se construíram! Assim toda a gente tinha facilidade em visitar! Seria sucesso garantido.

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  3. RAQUEL SILVA

    Mais uma vez os meus parabéns pelo seu comentário, quase todos nós nos revoltamos com tanta ignorância, vender esta obra é como vender alma ao diabo, este assunto devia ser debatido num programa da TV, com tantos debates sobre o futebol, ficávamos todos a ganhar sempre se aprendia algo.
    Obrigada.

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  4. david costa

    Quando um país chega ao ponto de não ter um ministério da cultura é porque alguma coisa está muito mal. E logo nós que temos um tipo de música e de teatro que é nosso. É realmente triste e lamentável.

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  5. Gertrudes da Luz Lopes Ferra

    Nao podia estar mais de acordo.Estes governantes vendem tudo.E nao estando satisfeitos roubom -nos tudo.Eu pensava de ter uma velhice tranquila com o meu marido.Enganamos-nos vamos ter uma velhice de miséria.Aliás já estamos a ter.Nao consigo escrever mais porque estou até a ficar nervosa.Obrigada por nao ter medo de opinar.Um abraço .Gertrudes

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  6. Maria Elisa

    Manuel Luís! De inteiro acordo com a sua opinião e digo,realmente uma pobreza que se trate a cultura desta maneira tão pacóvia,e enquanto a cultura de um povo é assim tão maltratada,vamos continuar a ver disto.
    Beijinhos e sucessos

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  7. Emanuel Pereira

    Parabéns Manuel Luís,
    Concordo em pleno com o seu artigo e acrescento mais qualquer coisinha, que me ensinou um mestre cá dos Açores, quando ainda dava os meus primeiros passos no jornalismo, o maior problema de quem nos Governa é crerem que a cultura é aquilo que têm na cabeça ‘soltura’ e tá tudo dito.
    Já agora aproveito para dar-lhe os meus verdadeiros e sinceros parabéns pelo seu blog, que acompanho sempre, pena é não termos no governo pessoas tão cultas como você!
    Um abraço

    Emanuel Pereira

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  8. Marya Lourenzo

    Gostei do comentário. É mais uma das muitas coisas que “morrem” subjugadas pelo vil metal. Como somos mesquinhos e ignorantes no esbanjamento do que nos pode tornar mais ricos moral e socialmente. A impotência de não poder fazer nada, sufoca-me. Temos pelo menos o direito à indignação.

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  9. Diana

    Não podia estar mais de acordo.

    Opiniões como as do Manuel deviam estar em horário nobre e em debate com outras grandes mentes deste País. É necessário alertar e educar neste sentido. A cultura deste país não é só futebol…

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