Falar de um casaco só por si pode parecer coisa fútil, se bem que eu entenda a moda sempre de outro jeito, mas, por certo, deixará de o ser se por via dele eu aproveitar para aqui lembrar um homem, prematuramente desaparecido, que tive o privilégio de conhecer, e que soube impor com engenho e criatividade a moda portuguesa para homem. em mercados tão difíceis como o italiano e o inglês.
Convém é começar pelo inicio, quando eu tinha a mania saloia de comprar gravatas só em Paris, e na “Kenzo”, e ai de quem me dissesse que por cá também se faziam com igual qualidade e originalidade ou mais ainda. Mas tudo mudou no dia em que levei ao “Praça da Alegria” aquele que era considerado pela imprensa de moda estrangeira como um dos melhores gravateiros a nível mundial: Pinho Vieira. Ao aperceber-me da paixão com que falava das suas criações e do rigor da sua confecção, quis conhecer mais do seu trabalho e por isso
visitei-o, uma primeira vez, na fábrica da marca VICRI que havia criado em 1986, na rua Pedro Hispano, no Porto, para assim entrar no seu mundo.
Foi a primeira de inúmeras vezes, que logo me rendi ao vanguardismo do seu trabalho em gravatas, camisas e fatos. Tornei-me cliente fiel da marca, pelo que ela propunha de diferente e ousado, sabendo que em peça alguma nada havia sido deixado ao acaso. Pinho Vieira criava e
controlava tudo (menos as contas, é certo, que a empresa esteve à beira da falência, tais os desvarios do artista, mas isso são “outros quinhentos), até se necessário a trama do tecido de uma gravata se a quisesse especial. Para o rei da Jordânia chegou a criar uma em fio de ouro, mas muitas outras figuras, da política, como Bill Clinton, Tony Blair, Juan Carlos, ou do espectáculo, como Hugh Grant e Robbie Williams, usavam peças suas. Claro que nem todas feéricas, nos seus estampados e nas misturas inéditas de materiais que conseguia, mas
sempre com um toque que marcava a diferença fosse a nível do forro, das costuras ou de outros pormenores. As peças eram pensadas para durar e definir a personalidade de quem as vestia. A marca VICRI colou-se-me à pele e inscreveu-se para sempre na minha identidade. Sou
dos que acha que Pinho Viera era grande demais para um país tão pequeno. Talvez por isso nunca se lhe tenha dado, por cá, a devida importância. Fadário esse de quem se destaca, por mérito, da mediocridade e da cinzentez.
Este casaco de veludo, bordado a fio branco, terá, pelo menos, dez anos e usei-o pela primeira vez no programa “Canta por mim”, quando me atrevi a cantarolar ao lado de Rita Guerra, por uma boa causa. Lembro-me que na altura foi falado, pelo impacto que produziu.
Ainda agora que voltei a usá-lo, no programa da manhã, numa versão mais descontraída, com jeans pretos e colete da mesma cor, foi de novo gabado. “Peças para durar e marcar pela ousadia e criatividade”, seria o lema de Pinho Vieira. Certo é que deste nunca me desfiz, porque
quando o comprei foi se tivesse adquirido uma jóia, tal a delicadeza que lhe encontro. Em cada um dos seus pormenores há uma vida que não apago.
Esse casaco é lindo,muito lindo mesmo!ninguém diz que já tem um década.Realmente ,há peças que são eternas 🙂
Sobre casacos coloridos:
https://www.google.pt/search?q=michael+portillo&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwidrPeKgcjKAhVEthQKHXjdCqsQ_AUIBygB&biw=1220&bih=657#tbm=isch&q=michael+portillo+jackets
Michael Denzil Xavier Portillo (nascido em 26 de maio de 1953 ) é um jornalista e ex- membro do Parlamento britânico , vice-líder do Partido Conservador e ex-ministro . Portillo foi eleito pela primeira vez para a Câmara dos Comuns, em uma eleição em 1984 ; um forte admirador de Margaret Thatcher, e um eurocéptico , Portillo serviu como ministro júnior tanto sob Thatcher e John Major, antes de entrar no gabinete em 1992.
Portillo tem-se destacado numa série de documentários de televisão , incluindo um sobre Richard Wagner, de cuja música ele é um fã , e dois em Espanha (ele é fluente em espanhol e detém a dupla nacionalidade , espanhola bem como a britânica ), Great Railway Journeys, partir de Granada a Salamanca para a BBC Two.
Desculpe tanta informação, mas não queria mesmo que deixasse de saber quem é Michael Portillo. É uma pessoa muito interessante, culta, excelente comunicador e também conhecido pelos seus casacos e camisas de corres garridas.
https://en.wikipedia.org/wiki/Michael_Portillo
“Sou dos que acha que Pinho Viera era grande demais para um país tão pequeno.” é mau português e representa um erro recorrente no seu discurso. Neste caso deveria escrever “sou dos que acham…”
Boa tarde senhor Manuel Luís. Queria pedir um favor ao senhor . Eu sou a senhora que a D. Jô Caneças falou dos desenhos de bordados que mandou ao Claudio Ramos. Como eu vou ao blog do Claudio e não sei praticamente nada de computadores expus o que queria e ele fez o favor de encaminhar o meu e-mail coisa que eu não sei reencaminhar á senhora D. JÔ CANEÇAS . Até hoje não recebi nada mas a senhora no seu programa falou em mim Agradeço muito á senhora. Mas o que eu queria pedir ao Manuel LUIS era se podesse me dar o e-mail da dita senhora para eu poder-lhe agradecer e dizer também que não recebi os desnhos. Manuel Luís faça-me esse favor ficava-lhe muito grata. Muito obrigada um abraço. Desculpe de utilizar este seu espaço para este fim . Desculpe. Gertrudes
Vou tentar saber o email da Jô Caneças. Não faço ideia se o tem.
Um beijo e obrigado pela sua mensagem
Manuel
Muito bonito o casaco, gosto como veste a meu ver, prima pela elegância bom gosto.
Que sorte, passados 10 anos o casaco assenta-lhe que nem uma luva!
Viver num país pequeno, não quer dizer que sejamos pequenos em tudo, pena que internacionalmente pensem assim.
António Variações viveu à frente da sua época, desde as canções à sua maneira de vestir, foi criticado por muitos, só postumo e passados anos a sua criatividade foi reconhecida, que é pena.
Cabe a nós portugueses, reconhecer os nossos, fazer expandir o que há de bom em Portugal.
O Manuel faz isso.
Nb- Quando fui almoçar ontem, cheguei a tempo de o ver, fiquei chocada com as imagens dos maus tratos aos animais. Gente descerebrada!!
besito
Carla
Olá, boa noite Manuel Luís Goucha. É de admirar (ou não), de um jovem como eu, gostar tanto da sua pessoa, quer a nível profissional, que o é um grande apresentador, se nao o melhor de Portugal, como da sua maneira de ser fora do seu local profissional no qual nos mostra através de textos e fotos muito interessantes. Quem sabe um dia o puder conhecer pessoalmente, pessoa que admiro muito. Parabéns pelo que é e por tudo o que transmite. E ja agora, a sua maneira de vestir, para muitos é escandalosa mas a verdade é que muitas pessoas não o fazem por medo de se sentirem “ridículas” aos olhos da sociedade. Abraço
Obrigado Pedro pelo seu comentário.
É claro que vou continuar a ser como sou e quero ser e não como os outros querem que eu seja. E isso vale para tudo! Um abraço
Ola Manuel … Sei que pode parecer desparatado … E um Casado com os dizeres dos lenços de Viana ?
Tem muitos casacos e todos diferentes ” são os casacos do Manel”, lindos.
Mas este é realmente uma maravilha, estava lá e bem pude apreciar.
Numa das suas viagens se o levar a lugar próprio, ficaram pasmos com a sua orginalidade, com o já famoso
capote.
Beijinho.
Um SENHOR de muitíssimo bom gosto.
Sabe “estar” em todas as ocasiões.
Obrigado MLG pelo que me ensina e transmite.
Um beijinho muito grande.
MLG
eu tive a sorte de o ver ao vivo e a cores ,,neste caso a preto e branco, e ainda lhe toquei com um dedinho…apenas..lindo ,as fotos não transmitem a suavidade do veludo, e o bordado é muito bem feito.. obrigado pela história partilhada,que só valoriza ainda mais o casaco
um abraço
Paulinha Velez
E foi mesmo só com um dedinho… 😀 😀 porque eu arruinei todas as hipóteses de tocares com os outros dedos… iiiiiiiiii iiiiiiiiiiiiiiiii
Alice Lopes…. Quem diz a verdade não merece castigo…. Bandida!!!!!
Lembro-me tão bem deste casaco 🙂
O casaco é uma obra de arte. O dono é uma jóia de delicadeza extrema.
E eu que tive o privilégio e a felicidade de “abraçar” este casaco!
E foi tão bom. <3