Torre de Palma

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Há muito que sou cliente e amigo da Rosarinho Gabriel, celebrada decoradora de interiores, e numa das minhas, cada vez mais esparsas, idas ao seu “show-room” (irrita-me este anglicismo, mas como traduzi-lo de forma eficaz?) “Coisas da Terra”, que aquilo é uma perdição e já não tenho casa para mais atafulhamentos, fiquei a saber que ela andaria a decorar um novo hotel, ali para os lados de Monforte. Alto lá, logo pensei eu, um novo hotel decorado pela Rosarinho em pleno Alentejo é bom demais para perder a oportunidade de ser dos primeiros a lá me hospedar.

É que gosto deste tipo de novidades quando ainda cheiram a tinta fresca, e antes de virarem moda, e logo na terra grande e ardente que não me canso de gabar como sendo uma das minhas preferidas. Meu dito meu feito: não tinha o hotel sido inaugurado oficialmente e já eu me deslumbrava com o que ali havia sido feito.

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Mercê da vontade e persistência de um casal de farmacêuticos (Isabel e Paulo Barradas Rebelo) apaixonados pela lonjura da planície, e do moderno e inspirado projecto do arquitecto João Mendes Ribeiro, nasceu aqui uma unidade hoteleira de grande categoria, devolvendo à herdade da Torre de Palma a dignidade que se havia perdido nos idos da reforma agrária.

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Da torre altaneira perde-se o olhar na solidão dos campos que a Primavera vestiu de vermelho, amarelo e roxo, mas melhor ainda é esperarmos pelo poente que é quando o sol lhes concede a graça do seu ouro.

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foto16Onde antes eram as casas de quantos trabalhavam a terra são agora os cómodos para hóspedes e visitantes, decorados com garbo, segundo temas diferentes, mas sempre ligados aos saberes e tradições alentejanas.

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Outras opções existem para além das casinhas temáticas, como ataviadas suites, estas nas antigas lojas onde os trabalhadores se aviavam.

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foto27Na casa-mãe rasgam-se os espaços comuns num branco imaculado, onde pontificam antigos móveis de família recuperados e elementos decorativos de sóbrio bom gosto.  Apetece sentar e imaginar serões sem rumo.

foto28 foto29 foto29a foto30O Alentejo mora aqui: depurado, encantado.

No sorriso de quem nos recebe. Nos sabores demorados que o chef Joaquim Ramalho tão bem sabe revisitar. Nas horas claras. No voo manso das gaivotas.

É aqui no Alentejo que a minha alma se abre ao Mundo.

foto31foto32foto33www.torredepalma.com

www.coisasdaterra.pt

17 comentários a “Torre de Palma

  1. Lurdes

    Pena é que não tenham plantado mais árvores ou flores para valorizar a entrada do hotel . Tudo demasiado estéril. Neste país há uma falta de sensibilidade para o verde, que me aflige.

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  2. Maria Isabel Costa

    Ó Manel, leva sempre um fotógrafo consigo? As suas fotos são sempre fantásticas! Quem dera que aqui no interior beirão, houvesse quem recuperasse as velhas casas, para que os ricos cá viessem dormir, e os de cá tivessem emprego.

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  3. Maria Emilia Cunha Lopes

    Essa SRA Ramalho deve destestar o país porque senão pedia k fizessem mais obras assim para dar trabalho aos da terra. DEUS permita k esse lindo hotel tenha mts clientes e mta fama para dar trabalho aos seus conterranios.CLARO eu nunca lá puderei ir,mas ainda há quem tenha dinheiro em PORTUGAL e fazem bem em ir ajuda os k precisam e podem chamar turistas k é o k PORTUGAL PRECISA NESTE MOMENTO.LINDA A TORE DE PALMA ,parabéns aos seus donos.MANEL faz bem em nos mostrar esses sitios maravilhosos um abração desta velha amiga k tanto precisa desse abraço

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  4. Paulo Barradas Rebelo

    Agradecemos muito o rigor e emoção das opiniões expressas, bem como o sentido de serviço expresso nas várias iniciativas. Ficámos felizes com os comentários verdadeiros e com profundo respeito pelo nosso património. Respeitar o património é respeitar a nossa cultura que não é mais do que respeitar os nossos antepassados e a nós próprios.

    Um bem haja a todos,

    Paulo Barradas Rebelo

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  5. Gonçalo Lagem

    Muito obrigado pelo trabalho excelente que fez sobre o Hotel e Monforte.
    E de gente como o Manuel Luís, como fez questão que o tratasse, que este País precisa.
    Obrigado pela simpatia, amabilidade e profissionalismo, traduzido na audiência.

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  6. Estefânia Magalhães

    Lindo de morrer…eu que estou ligada há Hotelaria/Turismo fico tão feliz quando vejo estes espaços tão bem decorados e sobre uma paisagem lindíssima. Dá vontade de trabalhar neste espaço. Parabéns

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    1. Júlia Ramalho

      Gostava mais de ver os quartos ocupados por aqueles que trabalham a terra.
      E não por aqueles que podem pagar mais de uma centena de euros para dormir ao lado de tamanha falsidade de aparência da vida imitada do Alentejo.
      O Alentejo está a ficar vazio de veracidade com estas unidades hoteleiras.
      Representando o gosto da Europa em nos apoiar no turismo e patrimônio snob e de um nível intelectual medíocre.
      A cultura ligada ao turismo. É a feira medieval. É o faz de conta. É o insuportável da aparência.
      Já não consigo voltar a Portugal. Nem de férias.
      Dá-me náuseas.

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      1. Natália Fernandes

        Pois se o Portugal lhe dá nauseas, poderá sempre ir a farmácia tratar do seu problema.
        Mas penso, que o melhor mesmo, e conforme já foi dito pela D. Sameiro….não volte!
        Só faz falta quem cá está, conforme se diz.

        Nunca se deve virar as costas ao país que nos viu nascer, porque um dia, quem sabe, se não será o único a aceita-la de volta.

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      2. MLG

        A mim dá-me nauseas é ver o campo abandonado e o património a degradar-se. Ainda bem que abriu este hotel magnifico empregando pessoas da terra e procurando recuperar a vinha, a tradição dos cavalos, que aliás começou ali na villa romana de Torre de Palma, e o azeite, produtos de excelência da região. A mim dá-me nauseas são os “velhos do restelo” que agarrados a um obsoleto passado nada fazem pelo presente e menos ainda pelo futuro. A mim dá-me nauseas é a demagogia barata.
        Mas obrigado pelo seu comentário.

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      3. Margarida RF

        Então não volte! Ninguém precisa desse azedume em Portugal e muito menos em relação ao que de bem feito vai surgindo.
        Parabéns aos proprietários da Torre de Palma, pelo magnífico trabalho desenvolvido.

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      4. Fernanda Ferrão

        Portugal e os Portugueses agradecem-lhe que não volte.
        A última coisa que o nosso belíssimo país (ou qualquer país!) necessita é de pessoas de mal com a vida porque estão de mal consigo próprias. Gente azeda, agre, ácida. Gente que parou no tempo em que os intelectuais tinham que ser todos feios, sujos e mal vestidos. Gente que deve ser tão, tão feia que não consegue suportar a beleza, certamente por medo da comparação.
        Quanto às náuseas, enquanto médica prescrevo-lhe Metoclopramida. Caso não resulte, ondansetrom. Se, também este não resultar, vomite-se mesmo!

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