Já levei duas, tantas as colonoscopias que fiz, que isto em chegando aos cinquenta, e em não havendo antecedentes familiares, há que fazer exames com regularidade quinquenal para ver se está tudo nos conformes. A ideia de nos enfiarem um tubo pelo dito cujo, para deixá-lo correr tripa fora, até pode parecer desconfortável mas nada se sente uma vez sedado. Abençoado propofol que nos põe a dormir os minutos necessários à vasculhação, sempre monitorizados por um médico anestesiologista, e nos permite acordar com alguma euforia e, nalguns casos, segundo a literatura que li sobre o fármaco, até com alguma desinibição sexual, sensação, confesso, que nunca experimentei, e ainda bem, que não me parece ser um hospital o local ideal para tais afoitezas. Portanto, ansiedade zero no que toca ao exame, que eu cá se é para fazer, até como medida preventiva de cancros e outras chatezas, bora lá e não se fala mais nisso por cinco anos. O que me leva a este escrito é o momento que antecede a ministração do fármaco, que é quando me dizem: “pense em coisas agradáveis”. Bem tento em segundos escolher qualquer coisa do muito que gosto nesta Vida: viagens, Alentejo, animais, pessoas que amo … mas é que não me dão tempo! Desta vez ainda pedi para que esperassem um pouquinho mas qual quê: já a droga me entrava nas veias e me punha kO. À terceira não me hão-de apanhar desprevenido: daqui a cinco anos irei com o guião escolhido. Será que a desinibição sexual na hora do recobro terá a ver com o que de agradável escolhemos para sonhar?! Hum!…
É bom que saiba:
Se não tem na família nuclear casos de cancro do cólon ou do recto faça o exame de despiste a partir dos cinquenta anos. Caso contrário o exame impõe-se mais cedo.
Olá Manuel.
Tudo bem?! Claro que sim.
Também fiz esse exame e essas palavras que nos dizem…é tal e qual.Nem dá para ter nenhum pensamento. Ficamos logo…KO.
Como bom comunicador que é explica na perfeição o que sentimos.Um abraço e até um dia destes no VOCÊ NA TV.
Felicito-o pelo despudor com que aborda o assunto embora saiba de antemão que, como dizem, é homem com H grande e no que toca a isto é prático e assertivo.
Porém, é com pena que relembro que em Portugal a saúde custa caro e este tipo de exames de rotina são evitados pelo SNS. Em boa verdade é o tipo de exame que um médico de família passará por pedido de um especialista quando a pulga já está atrás da orelha e a pessoa tem algum problema ou suspeita-se de tal.
Mais do que isso, felizmente hoje em dia o caso já não se põe, as colonoscopias até há bem pouco tempo não tinham a anestesia comparticipada tendo, não raras vezes, os pacientes de se sujeitar, por falta de recursos financeiros para pagar a mesma, a um exame doloroso. Aqui aproveito para felicitar o Prof. Dr. José Cotter grande profissional que escolheu esse, entre tantos outros que poderia ter escolhido, como o seu grande cavalos de batalha em prol de um melhor SNS.
Resumindo, quem tenha possibilidade económica de fazer este e outros exames de rotina é bom que os façam pois a prevenção pode ser o fator decisivo; quem não tem que torça para que esteja tudo bem e que a vida siga até um dia, quem sabe num futuro próximo, em que o SNS melhor, comparticipe, e entenda que uma política de prevenção, e não intervenção, é mais económica e, acima de tudo, decisiva na hora de salvar os cidadãos!
Obrigado António pelo seu comentário. É por isso que temos de lutar
para que todos tenham acesso a estes exames com sedação. Ainda há pouco tempo
falámos disto no programa da manhã e da necessidade destes exames serem feitos como medida
preventiva e falou-se da relutância em alguns médicos o passarem com sedação.
Abraço
Estou totalmente de acordo. A sedação é uma maravilha. Fiz a primeira colonoscopia no dia 14 e só me lembro de duas coisas: de me dizerem que iria sentir “um formigueiro” no braço e do enfermeiro que era pôdre de bom 😀 e puf…apaguei. A próxima será em 2022.
Mudando de assunto, a minha mãe foi, finalmente, operada à vesícula. Correu tudo bem.
Beijoooooooooooo <3