Há muitos anos que não ligo a presentes. Mais, há muitos anos que não compro presentes de Natal. Para dar, não preciso de datas marcadas. Mas ao encontrar hoje esta foto com mais de cinquenta anos, inevitavelmente recuei aos Natais da minha infância. Recordo-me bem desta imagem: a chaminé atafulhada de embrulhos de papel lustroso e colorido. Mal dormia na noite de Natal. Diziam-me que tinha de ir para a cama cedo, para que o Pai Natal, por indicação do Menino Jesus, pudesse deixar na chaminé os brinquedos merecidos. Dias antes havia, para isso, escrito uma carta ao Menino, não me recordo das pedinchices, mas de lhe garantir que me tinha portado de feição a merecer quanto ele achasse por bem oferecer-me. Estava longe de saber que tinha de ir para a cama cedo sim, mas porque lá em casa os adultos tinham que andar numa fona.
Ainda o dia não havia acordado e já eu era numa excitação entre a sala e a cozinha. É que se numa havia crescido, como que por magia, um pinheiro, enorme aos olhos de um pirralho, tremeluzente e triunfante de bolas de vidro fino vindas das Américas, na outra era a montanha de presentes que me empolgava. Ao mesmo tempo, já os belhós da avó Palmira estavam fritos, embrulhados em açúcar e canela e prontos a saciar-me a lambarice.
O dia era todo para a brincadeira com o que de novo havia ganho. Queria pouco saber da roupa a estrear: camisolas, cachecóis, pijamas… muito menos das sacramentais peúgas e cuecas, que sempre achei de uma banalidade confrangedora para uma quadra tão única, queria era os livros, os jogos e mais o que houvesse para que pudesse brincar e voar. Era Natal e só ele me aquecia.
Manuel Luìs gosto tanto de si como ! Se fosse meu irmão ! Desde sempre gostei de si e as suas memórias e aquilo que partilha é sempre um regalo ler Bem Haja . E o programa que tão bem faz com a talentosa e simpática Cristina Ferreira, é o o único programa que me mobiliza a minha atenção da parte da manhã, é bem feito é leve sem ser supérfluo. Um beijo com muita amizade. E um ano muito positivo é o que lhe desejo.
Uma coisa é certa, eram bons tempos; Alegres com muita convivência entre todos, era tudo muito natural.
Que saudades desse tempo !!!
Manuel Luís Goucha pois é verdade, recordar é viver e ao ler e ver a sua foto das prendas de Natal, fez-me recuar no tempo. Na minha casa colocava-se um sapato na chaminé e esperava-se até à meia-noite para ver se o menino Jesus tinha deixado alguma prenda. Claro os tempos eram outros e o que hoje vamos tendo o ano inteiro, naquela época para se ter alguma coisa tínhamos que esperar pelo Natal como por exemplo: um par de sapatos novos, porque o que ia tendo durante o ano vinham de uma prima que os deixava quase novos e que na verdade mesmo assim era uma alegria. Obrigada MLG gostei imenso. Fica aqui o meu desejo para si e para a Senhora sua mãe um Feliz e Santo Natal.
Então e aquelas prendas eram do menino jesus ou pai natal para si de prende de natal ou eram de anos também?como vivia isso naquele tempo?tinha prendas de aniversário também ou era um dois em um??já agora,cuecas e meias é das prendas que nunca podem faltar cá em casa.Adoro ver a cara das crianças,desde o mais velho à mais pequenita,a olhar com ar de “qué isto”.Sim,sou mazinha 🙂
Tambem os meus Natais eram só bombons de chocolate trazidos pelo pai natal dentro do sapatinho raramente recebi brinquedos e os meus pais que ficavam noite dentro a fazer as filhós o meu pai fazia bonecos com a massa e de manha era uma alegria hoje os nossos filhos e netos nem acreditam como aquilo nos fazia felizes , Beijos Manuel
Querido Manel .
Obrigado por partilhar esses retalhos tão pessoais da sua vida.
A felicidade que viveu na sua infância, transparece hoje na pessoa que é.
Um Santo e Feliz Natal para si e todos os seus.
Um beijinho.
Sónia Barão.
E não tinham mais emoção assim os presentes e o próprio NATAL? EU com 72 anos ainda não haviam arvores mas sim uns grandes presépios,bem bonitos,gostava mto mais do NATAL dessa altura,mas não vou falar do k não gosto agora.UM DIA DE NATAL MT FELIZ E UM BOM ANO NOVO. UM ABRAÇÃO CHEIO DE TERNURA E AMIZADE K AO LONGO DOS ANOS LHE FUI DEDICANDO
E o musgo?? e as searinhas ??
Lembro-me perfeitamente destes Natais em que mal dormia, tal era a empolgação, e que no dia 25 levantava-me bem cedo e que, como que por magia, a chaminé estava repleta de embrulhos coloridos; a grande maioria eram chocolates porque os escudos não abundavam.
E houve um Natal, teria talvez 10 ou 11 anos, em que só havia um embrulho…um livro da Anita que, mais tarde, acabei por saber que tinha sido comprado pela namorada do meu irmão, hoje minha cunhada. Hoje, à distância de 40 anos, penso que nesse Natal as dificuldades dos meus pais teriam sido mais que as habituais para não terem podido comprar os chocolates habituais.
O Natal de hoje não tem o encanto de antigamente, é uma quadra consumista que odeio.
Feliz Natal Manuel Luís Goucha!
Caro Manuel Luís,
Também tenho imensas recordações de natal muito parecidas com as suas, aliás penso que todos nós as temos.
Fico sempre maravilhado com a sua escrita. Deveria escrever um romance histórico… Penso que era interessante.
Abraço.
concordo que natal e todo o ano isto e tudo fantasia para mim qualquer dia du ano serve para dar e ajudar
Manuel gostei da foto penso como o Manuel nao preciso do Natal para dar prendas Sou Capricornio 23/12/1952 Gosto muito de sim adoro ve lo. Eu sou de uma aldeia perto de Marialva beijinho boas festas na companhia de sua Mae
Boa noite Manuel Luis que sorte que tinha tantos presentes devia ser uma alegria receber tudo isso e a bela da cuequinha e as meinhas faziam geito ainda hoje em dia fazem.
Lembro-me dos meus natais os presentes eram dados pela escola e pelou patrao do meu pai num ano recebi uma caneta de tinta permanente que foi enfiada dentro da bota eu cheguei perto da chamine e fiquei triste porque o pai natal nao me tinha dado nada .Estava tao bem escondida que nem a vi .
Noutro ano foi uma malinha a tiracol verde alface linda que eu adorei. Mas sabe o que eu gostava mesmo era do brinde do bolo rei ficava ansiosa de tanta curiosidade.
E um belo Natal que passei no Porto em casa dos meus queridos avos .Nesse ano o pai natal deu-me uma mobilia de madeira em miniatura tao linda…….
Belissimos tempos.
Beijo grande
Antonia
Meu querido Manuel Luís ja não sou desse tempo pois sou de 1982 , sou do tempo do pai natal entrar pela porta:) bem gordinho e fazer alegria da família:). Mas o que mais me aquece de fato é o natal porque tambem eu faço anos.
Um beijinho e feliz natal*******
Na minha casa era também assim ! Ainda me lembro de receber uma caixinha com 6 lápis de cores e um caderninho para pintar…Amava do coração essas prendinhas ,que, hoje para muita gente seriam banais…obrigada por me fazer voltar a trás 60 anos… Gosto muito de si Manel! bjs
Adorei ler estas suas lembranças de infância ML. Embora saiba que o ML não é uma pessoa saudosa como sempre diz! Eu pelo contrário tenho tantas saudades da infância, de sons, cheiros, lugares, pessoas, enfim! Mas gostei da foto, basta olhar para ela que nos transporta logo para muitos anos atrás a uma velocidade estonteante! Agora o natal também não me diz muito, gosto de montar a árvore e o presépio para quando o meu netinho quando cá vêm a casa, mas pouco mais! Mas o natal com o cheiro a filhós da avó, dos sonhos e fatias douradas da mãe, o cheiro a pinheiro verdadeiro, o cuidado de se esconder as prendas, a presença dos avós, a união familiar, meu deus isso não volta mais! ML se fosse contar-lhe tudo o que tenho saudades não sairia daqui tão cedo! Só uma confidência, ou talvez um desabafo, o ML não teve a honra nem o privilégio de ter um pai presente, eu sim tive e é do que mais saudades tenho, do meu pai! Era o homem mais maravilhoso do mundo e faz-me tanta falta, era o meu herói, o meu conforto, o meu abrigo, era como se nada me pudesse acontecer, era o meu deus, o meu pai natal… ML um feliz natal para si e para a senhora sua mãe (a minha mãe eu ainda tenho é o meu outro conforto) e continue a ser a pessoa que é, o ML e a CF são uma dupla maravilhosa! Obrigada por ler estas palavras. Beijokitas 🙂