Passei por ele muitas vezes a caminho de Lisboa, ou de regresso a Coimbra, quando este ainda não se fazia pela autoestrada que o afastou do meu olhar. E lá fui adiando a visita até hoje que, rumo a Norte, me decidi pelo desvio. Desta tinha que ser e assim, pasme o ledor, aos 63 anos entrei pela primeira vez no mosteiro da Batalha. Sabia que foi obra decidida por D. João I, cumprindo-se promessa sua a Santa Maria, pelo desbarato do exército de Castela em Aljubarrota, não que fôssemos mais em número, antes pelo contrário, dizem mesmo que não seríamos mais sete mil para trinta mil, mas sim em tática, que aquela do quadrado a ter mesmo existido (há quem ponha tal facto em causa) deu resultado… Que dada a sua grandeza levou quase dois séculos a ser construído, abrangendo seis reis da dinastia de Avis e seus reinados, de João I, o da Boa-Memória, que ao lado de sua mulher Filipa de Lencastre jaz no panteão real, naquele que, na Europa, será o primeiro túmulo régio de um casal, ao terceiro do mesmo nome, o Piedoso, e desse tempo resta uma varanda nas Capelas Imperfeitas, passando por D. Duarte e pelo venturoso D. Manuel, percebendo-se deste o claustro principal, e não só, onde ao gótico de todo o conjunto de igreja e mosteiro se junta a exuberância de ramos, folhagens, cordas e elementos marinhos… Que nele oficiaram os maiores mestres de antanho na arte da cantaria, com Afonso Domingues à cabeça, ou na dos vitrais… já que tudo isso se aprendia na escola e logo nas primeiras classes e em se gostando de história, como eu, não mais se perdia da cachimónia. Mas uma coisa é o que se lê nos livros outra é olhar e sentir através da pedra o engenho de quem a rendilhou a cinzel. Indescritível mesmo e só lamento ter levado tanto tempo para descobrir, mas lá diz o dito popular: “mais vale tarde …”.
Maravilhoso! Adoro esse lugar!
E o silencio dessas pedras certamente escondem segredos ainda por revelar…
Obrigada Sr. Goucha por fazer jus a esse recanto !
Obrigada pelo que partilha no blog.
Cumprimentos.
Ola manel
Coincidencia tambem eu andei tantos anos para apreciar este mosteiro (agora na idade adulta)pois terei la ido nas celebres excursoes (assim dizia naquele tempo)da escola primaria.
Com tenra idade nao sabiamos apreciar e compreender aquela obra que ali esta.
Curiosamente tambem la estive no dia 5 de outubro.Uma maravilha.
Temos tudo de bonito e bom neste pais e as vezes nao se lhe da o devido valor.
Quantos andam a correr para outros paises sem conhecerem o que ca teem.
Como sempre o seu bom gosto ressata.bj
Concordo, uma verdadeira BELEZA, bastante esquecido… Talvez pela sua localização.
Obrigada por nos relembrar com tão belas imagens.
Obrigado Manuel pelas belas fotografias assim como a discrição que nos faz do Mosteiro de Santa Maria da Batalha.
Visitei há uns anos com guia este importante monumento. Obrigada Manuel Luís pela partilha, com fotos maravilhosas e artigo que muito apreciei.
Lindo, Compreende-se, com uma vida cheia de trabalho. Conheço bem, o Mosteiro da Batalha. Onde também, o meu filho já lá esteve em serviço militar ao soldado desconhecido, quantos que por Nós perderam a sua Vida.
Arte, Arquitectura, Escultura, Memórias, Batalhas e História que nos rodeia em Portugal.
Gostei das fotos que expressam a grande beleza da obra.