E não é que estamos apenas a duas semanas da grande final de MasterChef?! Ver agora a cozinha com tão poucos concorrentes não deixa de provocar um nó na garganta e de fazer sentir uma certa saudade dos momentos que ali passámos. Tantos foram, durante longos fins de semana e nas passadas férias da Páscoa. Divertimo-nos muito com a graça e irreverência dos mini-chefs e muito nos surpreendeu o seu talento, a ponto de andar meio país embasbacado com o quanto conseguem fazer. Mas jogo é jogo e só dois poderão chegar à derradeira das provas e alcançar os lugares cimeiros. E pelo andar da competição é expectável que sejam, mesmo, os melhores a chegar lá. Sabemos que o factor sorte pode ter a sua importância neste tipo de competição, basta que os desafios se encaixem nas preferências dos concorrentes e que estes integrem equipas ganhadoras, salvando-se das provas de eliminação, para irem “passando pelos pingos da chuva” acabando por chegar longe na competição. Dos oito concorrentes que se mantinham ainda em competição sabíamos,nesta altura, que quatro deles eram potenciais vencedores.
Uma vez mais a “food-team” esmerou-se na preparação do cenário mote para a primeira prova. Mascarámo-nos de hortelões, que isto o hábito não faz o monje, para falarmos do muito que a terra nos dá. A ideia era que cozinhassem carne de porco e a fizessem acompanhar de legumes.
Provados todos os pratos, quatro houve que mereceram distinção. O do Tomás, o melhor sem dúvida, um suculento lombo recheado, acompanhado de esparregado e batata salteada, logo seguido do da Maria, que optou pelo mesmo naco, com mostarda, noz e pistáchios, acompanhado de puré de batata doce e legumes salteados. Claro que o Pedro Jorge teria de brilhar, culinariamente falando, que é isso que avaliamos, já que a prova exigia a manipulação de carne. Foi vê-lo no supermercado, cantarolando de felicidade, enquanto escolhia os ingredientes. Pena que os secretos se apresentassem um pouco avinhados, que o mais estava delicioso, das migas de pão de milho aos cogumelos, sendo seu o melhor empratamento. O Kiko também se esmerou no seu lombo com batata à padeiro e por isso ficou entre os melhores. Aliás, o Kiko tem-se revelado um belíssimo concorrente, talvez dos mais discretos em prova mas muito seguro no que faz. Desta a Rosarinho optou por um interessante arroz de beterraba mas falhou na apresentação da proteína. Também o João Mata não levou a melhor o desafio, com a empada que escolheu fazer, tampouco o João Francisco, que nos deu a provar uma polenta mal cozida e sem sabor.
Já tínhamos estado em Setúbal, há dois anos, com o primeiro MasterChef, e curiosamente foi uma sadina a ganhadora (Rita Neto). Chovia e por isso optou-se por gravar a prova de equipas nos Bombeiros Voluntários da cidade, na altura nas “bocas do mundo” por causa de um calendário “incendiário”. Voltámos, de novo sob ameaça do tempo, mas arriscou-se num arraial ao ar livre tendo o Sado como pano de fundo. Não que não tenha chovido, tivemos mesmo de parar a gravação por largos minutos, mas a coisa compôs-se a todos os níveis, para o bailarico com o José Malhoa a abrilhantar. Até a prova de equipas parecia estar a desandar, felizmente que os meus colegas jurados vestiram as jalecas e conseguiram serenar os ânimos.
Gostei particularmente da ida ao Mercado do Livramento. Na altura publiquei aqui um texto sobre ele. E enquanto os concorrentes correram às bancas, à procura dos ingredientes que faltavam para a execução da prova, eu lá andei numa fona, entre fotos e beijocas.
Ganhou a equipa vermelha mas por pouco, três pontos, por isso todos estiveram de parabéns por um dia em cheio.
A última das provas acabaria por se revelar diferente de todas as que até aqui têm sido de eliminação. Nesta altura já vão todos a jogo, não havendo quem se safe, tudo isso está contemplado nas regras internacionais do programa. Esta seria a pares, juntando os concorrentes mais pontuados com os menos pontuados, e cada elemento da dupla cozinharia à vez. Assim sendo quatro pares se formaram (Maria e João Mata, Tomás e Kiko, Rosarinho e Pedro Jorge, Ana e João Francisco) para cada um nos apresentar um bife Wellinghton. A receita é um clássico da cozinha inglesa e pretende celebrar a figura do duque de Wellinghton, marechal e político britânico dos séculos XVIII/XIX. Também em Portugal alcançou fama por ter aqui combatido as tropas napoleónicas. Há mesmo uma receita portuguesa que o imortaliza, a canja à Wellinghton, uma canja deliciosa e retemperadora, feita de galinha do campo, enchidos, orelheira, pé de porco, macarrão, couve…, que lhe terá sido servida na zona de Lavos (Figueira da Foz) onde Wellington montou o seu quartel-general, de acordo com uma carta que se encontra no livro de memórias da duquesa, sua mulher.
O bife à Wellinghton não é uma receita fácil. Exige domínio de tempos e técnicas, para que a carne fique suculenta e a massa, que a embrulha, dourada e estaladiça. Assim ficou o bife da dupla Maria/João Mata. Incrível!
Feitas as contas, depois de provadas e avaliadas as quatro receitas, verificou-se haver um empate de pontos entre a Ana, o Kiko e o João Francisco. Um deles teria hipóteses de continuar, assim nos apresentasse um ovo escalfado a preceito, em cinco minutos. Foi o Kiko, uma vez mais, a levar a melhor. E assim saíram de competição a Ana e o João Francisco.
Guardo da Ana momentos inesquecíveis de graça, afoiteza e boa disposição. A cena de se cortar no decorrer de uma prova, repetiu-se no desafio de Setúbal, mas como já havia acontecido no do Jardim Zoológico, em momento algum a vi esmorecer, antes pelo contrário, fazia era questão de mostrar para a foto e para a câmara o dedo enfaixado, como quem exibe um troféu. Valente! Do João Francisco conservo o seu exemplo de boa formação. Cedo se revelou, na competição, um concorrente talentoso e muito generoso. Em quase todas as provas mostrava estar atento aos seus colegas, procurando ajudá-los quando necessário. Foi sempre de uma correcção irrepreensível. O Mundo será mais bonito com muitos Joões Franciscos!
Na próxima semana:
A uma semana da grande final o júri acusa o peso … da responsabilidade.
Quem serão os quatro finalistas? Sabê-lo-á no próximo domingo!
Oh Manel, quando o vi na foto com jardineiras de ganga, chapeu de palha e camisa xadrez so me fez lembrar o Avo Cantigas. Que maravilha o Bife a Wellinghton do João Mata e da Maria, posso fazer-lhe uma confidencia?? Não fazia a minima ideia do que era… Beijinho
Olá MLG,
Mais uma vez vi o programa e adorei!
Estão todos de parabéns – até os jurados -, pelo modo como comunicam com as crianças, tentando dar com a chamada de atenção, sempre um carinho ,uma palavra de incentivo. É muito positivo!
Boa semana,
Obrigada tio Goucha pela forma tao carinhosa e amiga como sempre tratou a Ana Rocha. E u ja era sua fã, agora muito mais, Gostamos muito de si . beijinhos Ana Julia
O João Francisco é um menino fora de série, nunca fez um reparo menos correcto para com os seus colegas e mostrou uma camaradagem ímpar.
Comoveu-me quando o Manuel disse que se tivesse um filho gostaria que fosse assim, sem dúvida um menino muito especial!
Adoro o programa, mais até que o masterchef adultos, durmo 4horas de domingo para segunda feira, mas tenho que ver tudinho até ao fim.
Beijinhos grandes para si, desta sua fã que a acompanha aqui da Suíça.
Boa noite Manuel, obrigado pelas suas palavras e carinho para com o João Francisco! Como mãe não poderia estar mais orgulhosa!
Um beijinho.
Fernanda Silva