Nelas há quem concentre a sua dor, esperança e gratidão. São imagens sacras e não só, vindas de todas as Catedrais do país, ilhas incluídas, até de algumas que foram e já não o são, como a de Pinhel e a de Penafiel, para uma exposição irrepetível, que poderá ver no Palácio Nacional da Ajuda até ao último dia do Setembro que há-de vir.
É o caso do Menino Jesus da Cartolinha, da matriz de Miranda do Douro (mais uma das antigas casas maiores do Deus dos cristãos) verdadeiro ícone da religiosidade popular, imagem de setecentos, vestida a preceito de casaca e cartola, sendo esta uma das mais ricas vestimentas de um mui completo enxoval que conta com muitas outras oferecidas por senhoras devotas. Não lhe faltam as fardas de bombeiro ou de polícia, tampouco a capa de honras tão da tradição mirandesa.
É das imagens mais marcantes da exposição, a de Nossa Senhora da Boa Morte, vinda da Sé Nova de Coimbra, antigo convento jesuíta, sendo que da mesma Sé veio também uma completa banqueta de altar, trabalhada em prata maciça, da autoria de João Frederico Ludovice, o mesmo arquitecto alemão que desenhou o convento de Mafra para D. Joao V, com castiçais, crucifixo e imagens de vários santos, de Santo António a Santa Catarina, e esta será das poucas oportunidades em que a vemos completa, que dois dos bustos são pertença do museu Machado de Castro.
Que as mais de cem peças em exibição, muitas verdadeiros tesouros nacionais, o (a) façam partir à descoberta das Catedrais do nosso país, ou pelo menos da que estiver mais perto de si, porque guardiãs de um património artístico de inegável qualidade e importância.
Veja o vídeo da reportagem que fiz para o “Você na TV” aqui.
Obrigada por este aperitivo, a exposição é imperdível !