Lá vai tempo em que nem mesmo os algarvios ligavam a alfarroba, deixando-a caída no chão ou quando muito dando-a ao gado, como que a complementar a sua alimentação. Hoje sabe-se dos seus préstimos na cosmética, na indústria farmacêutica e cada vez mais na doçaria. Em férias, descobri com agrado o seu sabor adocicado, pelo que era ver-me, de quando em vez, mordiscando uma vagem, que é coisa que não falta no “Vila Monte Farm House”. Aliás esta unidade hoteleira usa-as à mesa do jantar, como que a desafiar os clientes a meter-lhes o dente e a descobrirem um produto que faz parte da fisionomia de toda a região, para além de usar a farinha obtida da torrefacção e pulverização da sua polpa, na confecção de deliciosas sobremesas. Irritante mesmo só a quantidade de sementes, não tragáveis, que cada vagem contém, mas desculpa-se a chateza pelo que sobre elas podemos saber. Não é que estas, entre dez a dezasseis por vagem, chamadas de quilates, eram usadas, na Antiguidade, para avaliar o peso do ouro e das jóias?. Daí dizer-se ouro de “tantos quilates”.
De um ponto de vista nutricional não deixa de ser também um produto muito interessante, dado o facto de conter muito menos gordura que o cacau, já que na doçaria o pode substituir, sendo, porém, rico em açúcares naturais e daí o seu alto teor calórico. Gabe-se ainda a sua riqueza em vitaminas A,B1eB2, em fibras e sais minerais como cálcio, potássio e ferro, para que a loa fique mais completa.
Este fim-de-semana, pus-me me a experimentar uma receita de bolo de alfarroba e coco e o resultado é este, após algumas tentativas que não me satisfizeram. Afinadas as dosagens, é chegado o momento de partilhar consigo este bolo, sem glúten, leve e muito saboroso. Espero que goste.
Bolo de alfarroba e coco
6 ovos inteiros
200 gr. de açúcar em pó
100 gr. de manteiga derretida em banho-maria
200 gr. de farinha de alfarroba
1,5 dl de leite de coco
2 colheres (sopa) rasas de cacau em pó
1 colher (chá) de fermento em pó.
Pré-aqueça o forno a 180 graus (4/5 no termóstato)
Bata, muito bem, os ovos com o açúcar.
Junte, numa tigela, a farinha de alfarroba, o cacau e o fermento em pó. Misture.
Junte esta mistura ao creme de ovos e açúcar. Continue a bater.
Junte o leite coco. Bata um pouco mais.
Por fim, junte a manteiga derretida. Misture bem.
Se quiser, pode acrescentar, a esta massa, miolo de noz grosseiramente partido.
Unte uma forma rectangular e forre-a de papel, untando-o também.
Deite a massa na forma. Leve ao forno por uns vinte e cinco minutos ou até que o bolo fique cozido.
Deixe arrefecer. Desenforme e corte o bolo em quadrados.
Na hora de servir, polvilhe os quadrados de alfarroba e coco com açúcar em pó.
Olá não fica amargo só com a farinha ? alfarroba ?
Hoje fiz pela primeira vez o seu bolo de alfarroba. É uma delícia.
Obrigada Manuel Luis Goucha ,pelas receitas , pela companhia todas as m
anhãs, obrigada
MHGSGomes
S. Manel posso fazer a farinha da alfarroba na maquina 123?
Mais uma vez a confeccionar este maravilhoso Bolo de Alfarroba.
Obrigada Manel Luís por partilhar connosco estas iguarias.
Os seus livros fazem parte da minha cozinha desde que casei, há 25 anos…
Ûm abraço,
Paula S
Boa tarde
Estou com duvidas com a quantidade do leite de coco, só encontro latas de 400 ml?!
Boa Tarde Manuel Luis
Há quem vá ao psicólogo, quem faça compras, quem coma chocolate, etc, eu vou ao “Cabaré do Goucha”, ou ponho as gravações do “Voçe na tv”. Gosto muito da sua postura perante a vida, vejo ouço e leio tudo com muito carinho, gosto muito das suas receitas, e encontro sempre algo que me faz sorrir . O Manuel tem a consciência clara e energia suficiente para apreciar as coisas boas da vida.
Também partilho o mesmo gosto pela alfarroba, obrigado pela partilha.
Os meus parabéns pela pessoa e profissional que é!
Um abraço
Dina Rosado
Gosto tanto desta combinação de alfarroba com coco! Vou experimentar a sua receita que tem um aspecto divinal. 🙂 Obrigada pela partilha.
Olá Manuel!
Este pequeno texto ,será tão somente para o felicitar pelo grande ser humano que é. Obrigada pelo exemplo de vida e de alegria que todos os dias faz o favor de nos presentear.Talvez um dia possa ter o privilégio de o conhecer pessoalmente.Felicidades euita saúde para o Manuel e para os que mais ama.Rosário
Senhor Manuel eu gosto muito das receitas do Senhor tenho o seu livrode receitas e agora também vo comprare já fis varias receitas são uma delicia muito obrigado
Olá sr. Manuel Luís hoje apesar de ser em diferido fui ver um pouco do vosso programa que gosto de ir ver o que se passou . Hoje vi a srª que foi apresentar os doces sem glúten que é assunto que me interessa e até achei que a senhora estava pouco á vontade…
Mas vou falar daquilo que aqui me trás muito me admirei o sr. Manuel Luís vir encantado do Algarve com o seu quilo de farinha de alfarroba não posso crer que nunca a tenha utilizado nos seus doces.
Vou-lhe contar uma pequena historia o meu sogro era GNR e dizia-me na brincadeira que gostava de ir ás cavalariças e pegar em alfarroba e trincar “roer” e eu até achava graça, um dia o chefe Silva publicou uma receita de um bolo e eu passei a faze-lo para ele comprava a farinha (no Jumbo) já lá vão bastantes anos.
Ainda hoje é produto da minha despensa . AnamariaBrizída 58 anos cumprimentos
Embora seja do Porto lembro-me na minha infância comer essas vagens de alfarroba que comprava-mos numa lojinha que havia perto da escola. Adorava saborear e faze-la derreter na boca. Bons tempos que saudades, mas vou tentar experimentar fazer esse bolo. Obrigada Manuel por estas lembranças que nos proporciona .
Obrigado, Manuel Luís por mais uma partilha de um bolo que tem o aspecto de ser uma delicia. Vou experimentar, mas estou com dificuldade em encontra a farinha de alfarroba cá no Minho.
Boa tarde, Manuel Luís Goucha, permita-me que o trate assim. Esta sua receita de bolo de alfarroba é, certamente, uma delícia e quero experimentá-la. A alfarroba é uma boa alternativa para aqueles que, como eu. não podem comer chocolate. Será que esta receita resultará se não lhe adicionar o cacau? Muito obrigada pela sua atenção.