Tenho a certeza que já se terá interrogado sobre o que leva a rainha Isabel II na sua mala, mais a mais quando não a larga em ocasião alguma, nem mesmo dentro do Palácio de Buckingham (a propósito, diz-se que um dia Luisa Mattioli, na altura mulher do actor britânico Roger Moore, se atreveu a perguntar-lhe porque andava sempre de mala dentro do palácio, ao que Isabel II ter-lhe-á respondido: ”sabe, é uma casa muito, muito grande!”). Depois também acredito que ache que se trata sempre do mesmo acessório já que, pelo menos, a mais vista é preta e parece ser sempre o mesmo modelo.
Vamos então por partes e podemos já começar por esta última: a rainha terá pelos menos umas duzentas carteiras da casa Launer, de várias cores e feitios, ainda que lhe agrade particularmente o mais clássico e seguro dos modelos, o Traviata.
Sobre o que leva dentro sabe-se que não é dinheiro, nem cartões de crédito, já que não precisa deles para coisa alguma, tampouco o passaporte ou o passe social. Diz-se que leva sim um par de óculos para ler, algumas pastilhas de menta, uma caneta e lenços de papel ou em tecido. Phil Dampier, autor de vários livros sobre a família real, garante que Isabel II leva sempre na mala uma pequena caixa em ouro, já com muito uso, que lhe foi oferecida pela sua irmã, a princesa Margarida, e onde guarda os seus edulcorantes. Curioso, mesmo, será saber que a carteira da rainha pode desempenhar um papel importante na transmissão de alguns sinais para os elementos que a acessoriam e/ou protegem, por exemplo se no decorrer de um almoço ou jantar a soberana colocar a carteira sobre a mesa, isso quererá dizer que se prepara para sair do evento em cinco minutos. Se a colocar no chão já é sinal que quererá ser resgatada do local onde se encontra.
Todas as suas malas são feitas pela Casa Launer. Na origem desta casa fundada em 1940 está Sam Launer, fugido à guerra da sua Checoslováquia natal com a mulher e dois filhos. Em Londres acabaria por se instalar no Soho com uma pequena oficina de fabrico de carteiras. Já então a sua maior preocupação era produzir com grande qualidade e com as mais delicadas peles. Mais tarde, na década de 60, ao visitar a fábrica, Isabel II ter-se-à fascinado com todo o processo da manufactura Launer concedendo-lhe, então, o privilégio de ser fornecedora da Casa Real. Até hoje!
0la Manuel Luís eu gostava de saber o que é que tem na lapela do lado esquerdo quando apresenta o Reencontro. Obrigada.
Lindas malas apropriadas para uma Senhora com a posição que desempenha. Excelente artigo.
Parabéns Sr. Manuel Luís Goucha pelo texto sobre as malas da Rainha Isabel II, pois são curiosidades interessantes e sempre aprendemos e compreendemos atitudes de pessoas com responsabilidades no nosso tempo. Obrigada.
Uma Senhora muito conservadora!
A posição não lhe permitiria outra coisa.
Interessante Manuel Luís! Aprendo imenso com seus artigos e adoro! Abraço e bom fim-de-semana. Ah, e já agora até logo…
Adorei!
Muito obrigada Manuel, pela sua partilha! Bem haja!