É aqui que se compra o verdadeiro pão-de-ló de Alfeizerão. E tanta é a fama do bolo que até deu nome ao Largo. Largo do Pão-de-ló, não há que enganar, mesmo junto às bombas de gasolina. A casa tem noventa anos e existe por vontade do padre João Matos Vieira e de sua irmã Adília. O pão-de-ló rapidamente ganhou fama a ver pelas fotografias do passado. D. António Ribeiro, ainda longe de ser o cardeal-patriarca de Lisboa, mas já nas bocas de muitas falsas virtuosas, mais pela sua figuraça que pelos seus comentários na televisão, ali se amesendava para o chá das cinco. E a procissão do Senhor dos Passos tinha ali paragem obrigatória. Não havia o negócio de sair abençoado.
É aqui que a magia acontece: Celeste e Silvia afadigam-se nos gestos que repetem há anos. Tal como faziam as freiras de Santa Maria de Cós, de onde se diz ser a receita original. O que antes levava horas, faz-se agora em metade do tempo, mas ainda assim há que encorpar ovos e gemas com o açúcar, em franca batedura.
Acrescentada a farinha, com todo o cuidado, para que a massa não perca a fofura, é esta distribuída pelas formas de cobre, previamente untadas numa carícia de manteiga. O forno terá de estar na temperatura certa, como certo será o tempo para que os bolos acabem mal cozidos. Foi o que aconteceu, um dia, quando D.Carlos por aqui andou, em visita a um fidalgo amigo. Quiseram-lhe servir o bolo de Santa Maria Cós e, inadvertidamente, tiraram-no do forno, antes do tempo. O pão-de-ló mirrou e ficou como que “recheado de creme”, mas foi tal o agrado, que o desaire virou mandamento.
Quem passa por Alfeizerão não passa sem trazer um destes, diferente dos demais. Dura cinco dias, à confiança, mas quem resiste a tamanho pecado de açúcar e ovos? Cá em casa é um “ver se te avias!”.
Pode dar a receita? pao de lo de alfeizerao
Obrigada
Pois não concordo consigo o pão de ló dessa casa é muito bom mas a casa mais antiga de pão de ló de Alfeizerão é a que fica do outro lado da estrada A Casa Ferreira.
Cumprimentos
Margarida Alves
Pode dar a receita?
Obrigada