Gosto muito do Natal e de o celebrar à minha maneira. Viajando por outras paragens, onde ele se vive, ou não, de forma particular, tal e qual o que acontece em São Petersburgo, onde a maior parte da população o festeja segundo o calendário ortodoxo, logo a 7 de Janeiro, sendo por isso a noite de 24 de Dezembro uma igual a tantas outras, de gelar os ossos, e tanto melhor se nevar, que se há coisa que eu não suportaria era um Natal de bermudas. Lembro-me de ter escolhido São Petersburgo, como cenário para o meu Natal de 2009, por haver caído de amores pela cidade cinco meses antes, em pleno Verão de noites brancas, que é quando ela ganha um contagiante frenesim.
Voltei ao Hermitage, claro, por ser é um daqueles museus que nunca fica visto e ao Palácio de Catarina, a Grande, às portas da cidade, magnífico na sua opulência, à Igreja do Salvador do Sangue Derramado (pensar que na era comunista havia sido reduzida à condição de armazém de batatas!), à Catedral de Santo Isaac… e a tanto mais que há para a admirar numa cidade que já foi capital imperial da Rússia e, por isso, ainda hoje se apresenta nobre, eloquente, sumptuosa.
Ah … esqueci o mais importante e vamos por etapas: que os dias deste Natal até ao Natal em que continuaremos alegremente a celebrar 59 anos sejam dias FELIZES!
beijinhos
… sabes … eu passei quase todos os Natais da minha infânca na Ínsua.
E já era tão longe de casa!!!!!
Frio muito frio que o planeta ainda não tinha aquecido e na rua corria um vento gelado que nos cortava as orelhas e nos deixava um nariz gelado com jeitos de poder caír.
Fazíamos o presépio com muitas figurinhas de pastores e moleiros e ovelhas, muitas, que ainda por lá andam embrulhadas a lembrar Natais antigos.
A sala de entrada albergava a árvore decepada na mata (naquela altura era assim, as árvores cresciam para que houvesse Natal) e o presépio era criteriosamente elaborado. A casinha do Menino Jesus é que era sempre a mesma, lá mais no alto com os 3 Reis Magos cansados de anos a fio serem castigados de chegar lá cima apeados dos camelos. Um deles acho até que se ajoelhava de imediato!
O musgo era arrancado dos muros; a minha irmã e eu lá saíamos com a “missão evangélica” de correr os muros à procura do “verde” mais bonito. A missão foi sempre (ou quase) cumprida com as mão a precisarem de uma esfrega de água quente que ainda assim não conseguia arrancar a terra que se nos enfiara nas unhas.
A casa cheirava a fritos, a rabanadas feitas a preceito num fogão a lenha que aquecia toda a cozinha. Era
a minha avó que dominava os fritos amassados numa “maceira” que dominava o centro daquela assoalhada de janelas viradas para a serra.
Foi assim durante tantos anos!
Foi assim numa aldeia pobre onde os presentes de natal eram abertos na manhã do dia 25.
Foi assim durante todos os anos em que percebi que os presentes de Natal de tantos meninos como eu eram os chocolates que serviam de enfeite à árvore que também faziam … bem mais pequena que a nossa …
Ah e havia a Missa do Galo e o Madeiro a crepitar até ao Dia de Reis …
Tem muito bom gosto, Manuel Luis Goucha! A minha escolha seria Viena. Quem sabe um dia …
FELIZ NATAL