Este sou eu, pelo traço de André Carrilho, cartoonista e ilustrador português, celebrado internacionalmente. Que honra!
Já o que se lê na edição do passado sábado do Diário de Notícias, sou eu pela pena do Nuno Saraiva”, seu subdirector. E resultou de um almoço exuberante, no entender do próprio, pelo luxo do “Petit Palais”, o mais recente devaneio do Olivier, pela qualidade do que provámos, mas acima de tudo pelo meu jeito de falar: “Manuel Luis é expressivo e não reprime os decibéis. Por isso quem chega vira de imediato a cabeça para a mesa do canto, onde estamos, à procura da voz familiar”. Habituado a um tom impositivo, confesso que por vezes me esqueço que não estou no estúdio.
É lá realmente que passo a maior parte do meu tempo, cumprindo assim o que sempre quis para a minha vida, e por isso a minha gratidão pelas graças profissionais que tenho tido. Disso também falámos num almoço que se estendeu por muito, tanto o que havia para dizer consoante os assuntos eram chamados à liça. Isto é como as cerejas, umas puxam as outras. A Vida, sempre a Vida como dádiva, e eu a procurar um sentido para ela, afinal a obsessão de muitos, os conscientes. Mais não digo, senão é que não faz mesmo sentido. Há coisas que se guardam, dar-lhes nome torná-las-ia redutíveis, importante é que as vejamos sempre com olhos de primeira vez. Nisto acredito mais que em Deus, que o tenho como criação dos homens com objectivos precisos, os de manipular e dominar. É de frente que olho a Vida com o melhor e mais intenso de mim, por isso tenho os olhos cheios e quero que assim seja até que a Morte venha para mos fechar. Não a temo, antes tenho por ela uma imensa curiosidade.
Falou-se de política e de como durante décadas fomos um país a crédito. Culpa dos governantes, aliados aos homens da banca e de múltiplos interesses próprios, claro, mas também de todos nós, com grau de responsabilidade bem menor, certamente, por nunca os termos questionado e posto em causa. Deixámos-nos ir na ilusão de que éramos um país rico e moderno. E agora? Em quem confiar e votar? Nos protagonistas da velha política que nos conduziu até aqui?
Falou-se de afecto, de amor. De amor entre pessoas do mesmo sexo. Do casamento que legaliza direitos e deveres e da adopção por estes casais e se em relação ao casamento não tenho dúvidas, por entendê-lo de elementar justiça, contra a descriminação por orientação sexual, que viola os preceitos da Constituição Portuguesa, assumo outra cautela quando o terceiro e mais importante elemento da equação é uma criança. É no seu interesse que temos de pensar, e tenho que continua a faltar uma discussão séria, racional e esclarecedora sobre o assunto, fora das agendas dos partidos políticos. Aproveitei, contudo, a abordagem do jornalista para afirmar que “há homossexuais aptos a serem pais (como aliás conhecemos vários casos, até da esfera pública), como há heteros que nem sequer o deviam ser (e destes também conhecemos inúmeros casos, infelizmente)”. Um pequeno excerto da conversa e esta afirmação chamada a título de capa e fora do contexto virou pretexto, no sítio do D.N, para os mais rasteiros comentários, como seria de esperar. Nem se deram ao trabalho de ler toda a matéria, talentosa e honestamente escrita em duas páginas do jornal. Logo houve quem, incapaz de argumentar com elevação, optasse pelo achincalho, pelo vitupério, pela grosseria. Que devia era ter vergonha… dizem uns tantos.
Somos pessoas que merecemos o mesmo que toda a gente. Respeito, se a ele nos dermos. Respondo a quantos a coberto das redes sociais mais não sabem que vomitar fétido ódio e preconceito: gosto do homem que sou e que continuo a construir. Teria, sim, imensa vergonha de ser néscio. Néscio?! Não sabem o que quer dizer, pois não? E dá trabalho ir ao dicionário. Deixem, que escolho outro vocábulo, mais prosaico (ó diacho, que prosaico também é difícil). Tentemos de novo: teria sim, imensa vergonha… de ser labrego.
De pé estou, porque é de pé que deve estar quem é!
ola, ja deve ter ouvido e muitas vezes que o programa voce na tv é uma injeçao de adrenalina todas as manhas para muitos prtugueses, pois bem, deve ser mesmo verdade. so é pena que seja tao curto, porque ha muitas questoes e assuntos de interesse a serem abordados, mas que ninguem tem coragem para o fazer…nem capacidade de o fazer como o sr. luis e a srª cristina.gosto de pessoas simples e frontais, e voces os dois rebentam com a escala. parabens.
Nuno, Anabela, Isménia, Tânia, Ruben, Frederico, Raquel, Maria Luisa, Carla, Filo, Cila, Isabel
A todos o meu obrigado pela vossa generosidade.
Boa noite,
Tenho 16 anos e sou estudante. Acompanho o seu trabalho e o da Cristina há largos anos. Luto diariamente pelo meu sonho: ser apresentador de televisão. Acredito ser diferente.
Obrigado por me fazer acreditar. Obrigado por me fazer acreditar que (ainda) há esperança na humanidade!
Bem haja!
Olá Manuel Luís. Adoro a sua frontalidade e a maneira com defende a sua verdade. Parabéns pelo ser que é. Beijos Anabela
Ó pá! 🙂 🙂
Adorei!
Subscrevo .
Antes de mais gostaria de demonstrar a minha enorme admiração pelo pessoa que é.
É, de facto, extraordinário!
O meu nome é Tânia Bailão Lopes, escrevi e ilustrei um livro infantil sobre o Amor.
Este livro, com o titulo “O caracol Apaixonado”, é sobre um caracol que se apaixona por uma casca que avista. Mas quem viverá naquela casquinha? Um príncipe ou uma donzela?
Onde quero chegar com isto?
A minha formação é em serviço social e psicologia clinica.
Escrevi este livro em 2013, como homenagem às pessoas LGBT.
Os caracóis terrestres são hermafroditas (e ninguém os discrimina…), por isso achei que seriam excelentes para passar a minha mensagem 🙂
Entretanto ficou esquecido… apenas divulgado na minha página (https://bailaolopes.wordpress.com/2013/03/13/o-caracol-apaixonado/)
Mas este ano, certo dia, numa formação, dei comigo chocada com as barbaridades ditas por uma colega… sim… existem assistentes sociais homofóbicas…bem… elas não o assumem, mas as palavras que profanam dizem-no com todas as letras…
Enfim… de forma civilizada, calma e serena, contrapus cada argumento surreal dela e percebi que tinha de contribuir mais para a mudança de consciências.
Este livro tem como moral que cada um é livre de amar quem quiser, sem ser alvo de injúria ou discriminação. O amor é o sentimento mais puro e valioso que podemos sentir. Todos temos valor, tal como somos, e todos somos dignos e livres de amar.
Como fã incondicional da pessoa que é e seu trabalho, seria para mim uma grande honra contar com a sua participação neste projecto.
Desta forma, gostaria de convida-lo a escrever um pequeno comentário, ou alguma anotação que considere relevante para o enriquecimento deste livro.
Gostaria de saber se posso enviar-lhe um pdf, do livro para que possa analisar com calma. Para onde devo enviar?
Manuel, gosto tanto da maneira como escreve! É, de facto, uma excelente pessoa que sabe aproveitar bem a vida e glorificar tudo aquilo que ela tem de bom para lhe dar.
Cumprimentos,
Rúben
Manuel Luís: não tenha vergonha daquilo que é ou de como é, sinta-se orgulhoso da pessoa tão humana e simpática que se tornou com o passar do tempo. Um dia, gostava de ser pelo menos metade do Homem que é.
Boa noite Manuel Luis Goucha tenho por si uma enorme admiracao nao me interessa a sua vida, o seu corpo, ou o que veste,nem tao pouco o que faz, gosto do que esta ai dentro,gosto do que deita para fora, gosto dessa inteligencia fora do comum, gosto de si porque e um ser capaz de adiar uma viagem para tratar de uma andorinha caida do ninho ,claro que ser figura publica e uma maneira de se mostrar senao talvez eu nao o conhece-se mas tambem por esse motivo eu o admiro e o Manuel sempre igual nao constroi bonecos ,e quando assim e, a inveja e muita,eles falam e verdade ,mas tambem ai eu o admiro responde a letra com toda a inteligencia e um HOMEM iluminado que a vida lhe continue a dar o melhor para a sua Felicidade
Grande Manuel Luis, subscrevo tudo o que diz, e admiro-o muito! Muitas alegrias para a sua vida 🙂
Olá Manuel Luís! Gostei muito da caricatura,para quem tem esse dom é uma benção!Eu,infelizmente,nunca o tive! Não fiquei surpreendida com o seu comentário acerca de quem deve ter ou não crianças, concordo consigo,aliás já várias vezes referiu a sua opinião no seu programa….
Eu gosto de ír ao dicionário,seja o da internet ou aqueles que tenho aqui em casa,ajudam-me imenso,como tenho correspondentes espalhados pelo mundo,lá estou eu de “nariz enfiado” no significado das palavras….então lá fui eu descobrir o significado de néscio…..e olhe que néscio não tem nada,felizmente!
Aliás,muitas vezes,”bebo a sua cultura”, porque como se costuma dizer “o saber,não ocupa lugar”…..digo eu.
Cumprimentos.
Carla Cascão
Faço minhas as suas palavras.
Tristes mentes que ainda pensam, e dizem como o já fizeram a mim, que quando expressei a minha opinião sobre o facto de um dos meus 3 filhos ser homossexual este teria o meu apoio incondicional, me responderam , e sito: “antes ladrão!”.
Que gente mesquinha pode dar uma resposta destas quando um filho é sempre um filho, e quando os pais não são o seu apoio quem mais será.
Não sei porquê, mas assim de repente (talvez por causa do óculos), fez-me logo lembrar uma personagem do filme de animação para crianças, o Up Altamente.
Isabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt
Concordo em tudo o que disse. Admiro-o ( no seu início de carreira não …achei-o demasiado frio…) pela sua frontalidade e pela sua cultura. Costumo dizer, “os cães ladram e a caravana passa, com pena de não conseguirem assumir que gostariam de ir nessa mesma “caravana”…. Não , não sou jovem, acabei de completar 70 anos. Que continue igual a si próprio, hoje e sempre é o que desejo.