Arrivederci, Silvia!

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E lá se foi a minha favorita. Telegénica, divertida, espontânea, aguerrida, nunca desanimou, nem mesmo perante a aparente inevitabilidade das provas de eliminação, acho mesmo que só saltou uma, mas à oitava foi de vez. Curiosamente, na semana passada mesmo no final do programa, por altura dos depoimentos, ela própria disse ter já gastado as suas sete vidas, como que a pressentir o pior. A Silvia foi dos concorrentes que mais marcou esta competição e vou recordá-la sempre com um rasgado sorriso. Mas lá voltamos ao mesmo: o que avaliamos é a prestação culinária de cada um, independentemente da nossa simpatia por este(a) ou aquele(a).

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Nesta prova, a mais decisiva de todas, a Silvia até fez uns couscous saborosos e perfumados, um molho de coentros e hortelã agradável, mas a proteína, o mais importante da receita, estava desenxabida. Faltou que os cubos de frango da kebab tivessem sido marinados para que ganhassem sabor, antes de irem ao lume. Infelizmente não deu para viajarmos até ao Médio-Oriente através da sua proposta, que era isso se pretendia neste desafio final. O contrário aconteceu com a receita da Joana. Foi o Leonel, por via dos benefícios do avental dourado, a decidir quem fazia o quê, atribuindo a América Latina à jovem de Esposende, nesta prova das cozinhas do mundo. Será que o Leonel sabia que a Joana havia vivido na Argentina e por isso, à partida, estaria mais familiarizada com a cozinha daquelas paragens ou a escolha foi por mero acaso? Certo é que a Joana, ao deliciar-nos com as suas empanadas, fez-me regressar ao Caminito em La Boca (Buenos Aires), onde o tango se solta sensual e canalha.

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Interessante foi ver como a Joana, regressada à competição do MasterChef, através da repescagem, está a saber aproveitar esta segunda oportunidade, com inteligência e sobretudo talento. E o mesmo se pode dizer do Leonel, também ele repescado, que desta vez, na primeira das provas, surpreendeu tudo e todos com uma engenhosa desconstrução da receita do “Bacalhau à Brás”, a partir do jeito de o fazer da sua mãe Cândida, presente em estúdio. Essa era a ideia, a de recriarem uma receita de família, a partir do exemplo que cada caixa-mistério escondia. Foi uma prova muito forte do ponto de vista emocional. Longe dos seus, há dois meses, os concorrentes acabariam por se deixar tocar pela comoção, uma vez mais, ao serem surpreendidos na cozinha do MasterChef pelas mães (casos do Leonel, Cátia, Joana e Pedro) ou companheiros (casos da Silvia e Ann Kristin). Só o Manel não teve ninguém em estúdio (por razões fortes que dizem respeito à família) e por isso sentiu o aconchego de um sincero abraço dos “tios” jurados. Cada concorrente pôde assim avivar as memórias do seu paladar e aquecer a alma. Foi das provas mais tocantes desta edição do MasterChef.

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Se tivesse que adjectivar a prova do meio, a do exterior, desta vez a pares, fá-lo-ia usando a palavra desesperante. Que o foi realmente do ponto de vista de quem se sentou à mesa, à espera do almoço. Agendado para a uma da tarde, começou já passava das três, tal o atraso e desnorteio na cozinha. Hoje sim, era caso para dizer: “nem o pai morre nem a gente almoça!”. Convenhamos que a prova foi das mais exigentes da competição até aqui, senão mesmo a mais exigente. Pela primeira vez os concorrentes, à excepção do Leonel, entraram numa cozinha profissional, a do Hotel Conrad no Algarve, integrando uma equipa de topo e sob a supervisão do Chef Heinz Beck, o mais premiado de quantos já nos honraram com a sua presença no programa. Só o seu restaurante “La Pérgola”, em Roma, tem três estrelas Michelin. A Silvia, a nossa italiana de Roma, conhece bem o restaurante e tem Heinz Beck como seu ídolo. Imaginem o seu nervosismo ao perceber que iria cozinhar uma das receitas do chef e ainda por cima supervisionada pelo próprio.

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Habemos papa!
Sim, apesar da delonga, tivemos papa e da melhor. A sobremesa revelou-se um verdadeiro festim de chocolate. Contudo, foi a dupla Manuel/Pedro quem ganhou o desafio e por decisão do Chef.

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Foi um fim de semana em grande numa região que visito muito pouco. Gostei do Hotel, pela qualidade das suas instalações e pelo categorizado atendimento e serviço. Gostei de ir almoçar ao restaurante Gigi, ainda longe da confusão do Verão e dos habituais. Magnífico o peixe, em fresquidão e sabor, e o mesmo devo dizer do petisco tradicional com que nos mimou: o xerém ou papas de milho.

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Uma vez que a prova de equipas foi gravada numa segunda-feira, tive tempo, nos dois dias anteriores, para vagabundear pelo barrocal, um Algarve diferente entre a serra e o litoral, e assim descobri a Igreja de São Lourenço, em Almancil, um dos mais importantes tesouros artísticos da região.
Deslumbra pelo seu interior revestido, de alto a baixo, a azulejos do século XVIII, da autoria
de Oliveira Bernardes, narrando aspectos da vida do santo e pelo altar barroco em talha dourada, julga-se que do Mestre Manuel Martins, tido como o maior entalhador e escultor dos Algarves. É ouro sobre azul.

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E andei atrás das cegonhas-brancas, tão comuns a sul. Esta é a melhor altura para as observarmos , que é quando os ninhos estão ocupados. Confesso que no afã de as fotografar dei um valente tralho, que mais parecia cena de filme cómico, mas isso agora não interessa nada.

Na próxima semana:
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Os concorrentes cozinharam na Praça de Espanha em Sevilha, revelando-se este o mais imponente dos cenários exteriores desta edição do MasterChef. Sevilha é deslumbrante por muitas e variadas razões e o programa indicar-lhe-á algumas. Vai ter surpresas e nem todas serão agradáveis. Não perca!

14 comentários a “Arrivederci, Silvia!

  1. Maria Fernanda Carreiras Miranda Luis

    Concordo com o Manel. Gosto muito da Silvia. Tenho muita pena que tenha sido ela a sair. Um beijo para o Manel e para a Silvia também.

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  2. helena Barbosa

    Boa tarde aqui de paredes de Coura, é a primeira vez que faço aqui um comentário, mas quero esta oportunidade para vos dar os parabéns, vocês; os jurados do Master Chef, fazem um trabalho magnifico, na altura em que um dos elementos é selecionado para sair, sabem dizer-lhes as palavras certas que vão apaziguar um pouco a tristeza de saírem. Assim aconteceu com a Silvia, mulher maravilhosa, cem por cento italiana, alegre comunicativa, boa, e uma mulher acima de tudo a saber amar. Foi pena, mas de facto aquela espetada de frango era capaz de ter falhas, por outro lado acho que ela teve um misto de pena de sair e de liberdade por ir ter com a sua familia. Parabéns Silvia pelo seu desempenho. E parabéns a toda a equipa que faz este programa

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  3. Maria João Caldeira

    Olá Manuel Luís,
    Não perco um Masterchef e foi com muita pena que vi a saída da Sílvia mas, são as regras do jogo.
    Obrigada pela partilha do que sente no seu blog e pela belíssima forma como escreve e trata a nossa língua. Muito bonitas as suas fotos que a mim me levam a “passear” por este lindo país que é o nosso e assim me enriquece um pouco mais. Obrigada
    Com muita admiração sou sua fã.
    Maria João

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  4. Nuno

    Sempre em grande estilo MLG.
    Adoro o seu olhar através da lente fotográfica.
    Já não falo da sua escrita, porque é indescritível. Parabéns.
    Nuno GNR

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  5. susana

    O programa vai perder muito com a ida da Sílvia era a minha favorita não gosto da Ann Kristin mas de certeza que muitas portas irão abrir a Sílvia, força Sílvia

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  6. Francisco Sá

    Bom dia Manuel Luís
    A Sílvia desde o inicio que foi a minha concorrente favorita, me “apaixonei” pela sua simpatia, pela sua espontaneidade nos mais diversos momentos. No funda a Sílvia nos proporcionou bons momentos televisivos, não só na aprendizagem dos pratas que nos apresentou como no seu especial jeito de lidar com todas as situações. Obrigado Sílvia 😉

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  7. Patricia Coelho

    Fiquei com muita pena de a Sílvia ter saído, era a minha preferida. Penso que tem um erro no texto pois quem ganhou a prova exterior foi o Manuel e o Pedro e não a Joana e a Ann Kristin.
    Adoro o seu blog e tudo aquilo que faz.
    Um beijinho aqui da serra de Montemuro

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