E não é que estava mesmo, o que é inadmissível, em qualquer situação, mais ainda numa competição como esta! De sabor… nada a dizer, antes pelo contrário, posso mesmo acrescentar que era dos melhores arrozes de pato que alguma vez me foi dado a provar. Mas estar cru?! Nem queria acreditar quando meti a primeira garfada à boca, já à cabeceira da mesa, entre funcionários da fábrica onde decorreram as gravações da prova de equipas. A fábrica do Arroz Cigala, em Coruche.
Melhor sorte teve a segunda rodada de comensais, que entretanto o arroz abriu e ganhou o ponto certo. E terão sido esses a ditar a vitória por um voto, depois do empate entre equipas.
Lembro-me de ter comentado a boniteza da paisagem, isto ao chegarmos a Coruche, junto à Fabrica do Arroz Cigala, e logo bem cedo, aí pelas oito da matina.
A manhã estava muito fria, apesar do azul do céu, daí ter optado por um capote alentejano, como abrigo, o que até fazia sentido dada a região onde nos encontrávamos. Que a terra é de transição entre Riba e Além Tejo, e de excelência para o cultivo do arroz que se produz em Portugal.
Dadas as gravações da prova de equipas, foi “dia santo” na fábrica e por isso os seus funcionários não trabalharam e antes foram convidados a saborear as propostas culinárias (coitados!) e a votarem.
Felizmente que o arroz doce das duas equipas estava a contento. E logo eu que por ele me perco. Seja amarelinho de gemas e cremoso, ou branco imaculado e de fatiar. Assim era o da minha avó Palmira, mexido com ternura e pau de laranjeira, segundo a tradição da Beira Litoral. Lembro-me logo de algumas histórias que me contava sobre o doce, enquanto o distribuía por travessas e nós (eu e o meu irmão) rapávamos o tacho, como aquela de em Almalaguês, terra próxima de Coimbra, ser o arroz-doce oferecido em jeito de convite, ou participação, para um casamento. A noiva ia, então, de porta em porta levar um prato dele, com alindes de canela em pó e coberto por um pano de linho, tecido em tear caseiro, prato que seria, depois, devolvido com o presente para os nubentes.
Houve tempo para as fotos da praxe e para visitar a fábrica, e fotografar tudo quanto despertasse o meu interesse, como os silos onde se guarda o arroz ou os fardos de casca do cereal, vendidos depois para os aviários, para fazer cama aos pintos.
Não saí de Coruche sem comprar espargos selvagens que se vendiam na estrada e túberas, que as temos enquanto uma das mais de setenta variedades de trufa conhecidas na Europa. É uma trufa branca que, tal como as outras, cresce debaixo da terra a uns trinta centímetros de profundidade. É óptima quando fatiada fina, em saladas ou com ovos mexidos, por exemplo.
De volta à cozinha do MasterChef a prova de eliminação (a confecção de uma receita com corvina e ainda uma tempura de legumes, só para complicar ainda mais uma prova sob pressão) ditaria a saída do Pedro da competição. Um jovem da Figueira da Foz que nos cativou na cozinha de preparação com um diferente hambúrguer de bacalhau. É na cozinha que gosta de aplicar a sua sensibilidade artística, talvez herdada de uma avó que faz vitral e de um tio que pinta. Notei-lhe, ao longo do tempo em que se manteve como concorrente, o jeito próprio de quem lida mal com a derrota e por isso a razão das minhas últimas palavras em jeito de despedida: “a grandeza de uma pessoa vê-se na dignidade com que se levanta depois de um fracasso”. Mas é com todo o gosto que o vou receber na próxima segunda-feira no “Você na TV” e mais as suas “Bem boas”, as empadas que os seus amigos bem conhecem, as mesmas que vão ser saboreadas pela plateia do programa da manhã, já que o Pedro faz questão de as trazer, de casa, em número suficiente. E que é isso, quando no Natal passado fez mais de quinhentas para distribuir pelos sem-abrigo da sua cidade. O que diz muito de uma pessoa!…
À beira do prato:
Tempura
É prato clássico da cozinha japonesa. Os legumes, ou o marisco, são passados por um polme fino de farinha e água fria com gás, e postos em franca fritura. O mais interessante é saber que fomos nós, portugueses, a introduzir tal receita na cultura gastronómica japonesa.
P’ra semana:
Ala para o Porto, que é hora das francesinhas!
Boa tarde, uma retificação não é um tio do Pedro que pinta, mas sim o seu avô paterno, com 89 anos de idade.
Um abraço.
Ola Manuel 🙂
Uma sugestão para as tubras é cortá-las fininhas e ir ao forno com temperos e bacalhau desfiado, com muito azeite e salsa. Uma autentica delicia!
beijinho de coruche
Boa tarde Manuel Luís.Muitissimo obrigada ,por me dar resposta ao meu comentário ,sobre o arroz crú.Tem toda a razao.É um programa de televisao.Cada vez gosto mais do Senhor,perdeu um pouco do seu tempo em ler o meu comentário.Obrigada.Um abraço.Gertrudes
Uma vez que é apreciador de arroz doce e mesmo com todas as variações, gostaria de lhe perguntar se pode partilhar uma ou mais receitas de arroz doce. No meio de tantas opções acabou sempre por sentir-me perdida!
Olá Manuel 🙂
Estou apaixonado pelo programa, é simplesmente fantástico e já tive oportunidade de lhe dizer no seu facebook e do qual obtive a sua resposta.
Acho que está tudo muito bem pensado e em muitos aspectos conseguimos ser melhores que o programa original, tenho orgulho em ver que Portugal consegue fazer muito e muito bem!
Estou sempre ansioso pelo novos episódios e estou à espera que chegue o momento de lutarem por imunidade!
Um grande obrigado!
Abraço
Melhor frase do programa de sábado à noite: “A grandeza de uma pessoa vê-se na dignidade com que se levanta depois de um fracasso.”
Um exemplo Manuel Luís Goucha!
ola Manuel. adoro o programa. so acho que está a faltar as master classes dadas por profissionais convidados ou por vocês jurados. Irá haver de futuro?bjinhos
Olá Ana, as masterclasses estão disponíveis no site do programa. A mais recente é de sushi, dada pelo Chef Paulo Morais: http://www.tvi.iol.pt/masterchef/masterclasses
As Masterclasses foram dadas e vão estando disponíveis online. Nos países onde elas são emitidas o programa é diário e não semanal. MLG
Manel em Portugal kuando se cozinha nao se usa luva ou melhor kuando se prepara os alimentos vamos ao talho usam luvas no peixe usam luvas eu trabalho numa cozinha e um utencilio e acencial desculpe a meu portugues nao e muito bom sempre k posso irei ver o mast chef ate……
e
Fiquei com vontade de experimentar a receita deles do arroz de pato. A que costumo fazer é mais simples. E por um lado o meu normalmente fica cozido demais.
Boa noite Manuel Luís.Que maravilha o Capote Alentejano.A cor azul da fazenda lindíssimo,já para nao falar da pele.Parabens.Desculpe-me de dar a minha opiniao ,quando ninguem me pediu.A equipa azul confecionou um arroz de pato,que por sinal o arroz estava cru mas foi a vencedora.A equipa vermelha fez um arroz de peixe ,o arroz estava cru e o Pedro foi embora.Para tudo na vida é preciso sorte ou entao caír em graça.Depois uma senhora de camarote rezando porque a outra cá em baixo fosse ela a ir de vela.Seja qual for a situaçao´há sempre injustiças.Até posso estar a exagerar mas foi o que senti.Mas foi um grande programa e o Manuel Luís cada vez está melhor.Parabens.Bom Domingo .Um abraço.Gertrudes
Olá Gertrudes
Os votos na equipa azul ficam a dever-se ao facto de nem todos terem comido arroz crú. A segunda rodada de convidados já o saborearam no ponto. Quem desempatou a prova, de certeza, provou deste. É uma programa de televisão acima de tudo onde as decisões tomadas não irão agradar a todos. Por vezes nem ao júri, uma vez que nem sempre há unanimidade. Um beijo.
Bom dia Gertrudes, se estivesse atenta ao programa via que eu, Sónia, estava exactamente a” rezar” para que a Cristina fosse salva…dado que foi na hora em que os jurados iam salvar alguém e mandar para a varanda.Tal como disse , “há sempre injustiças”….um abraço
oi migo GOUCHA vi o programa E LHE DIGO que aquilo do arroz cruz nem se admite a um principiante e ate eu que sou um desastre no cozinha fiz arros de pato com 12 anos numa verbena duma coletevidade e so errei no sal pois puz pouco e era daquelas tachos grande mas fora isso tava uma delicia mas ver profissionais a deixarem arroz cru não teem perdão
Joaquim santos
Não foi o júri que decidiu a vitória da equipa azul. Mas também só metade dos convidados provaram arroz crú. Os outros já saborearam o arroz no ponto. Terão sido estes a votar na equipa azul. São as regras do programa. O júri não vota na maior parte das provas de exterior. Um abraço.