“Está sempre a contar histórias”, dizia há dias o Pedro Jorge para o António quando no MasterChef Junior me pus a falar da origem do molho béchamel. Pois é verdade, que gosto de as contar e mais ainda de as ouvir, e assim procuro entender o porquê das coisas.
Um sábado destes, em Estremoz, que isto agora volta e meia é ver-me feliz no seu Rossio, onde tudo se mercadeja, das velharias aos legumes, passando pelos frutos, queijos e criação, entrei na Farmácia Carapeta & Irmão para comprar umas poucas trivialidades. Reparei então que ao lado da sala de avios uma outra contava a sua história de mais de cem anos, através de peças do mobiliário original bem como de objectos da farmácia, da época em que foi fundada por João Augusto Silveiro Carapeta, cinco anos após ter concluído o seu curso, o que aliás foi noticiado com júbilo pelo jornal, da ainda “notável vila”, de 22 de Julho de 1893 (“Fez exame de pharmácia na Escola médico-cirúrgica de Lisboa ficando plenamente aprovado, o inteligente praticante do Hospital de São José, o senhor João Augusto Silveiro Carapeta, d’Estremoz. Ao examinado e sua família, os nossos parabéns”). Era um outro tempo, esse de finais do século XIX, quando as farmácias, para além do quanto se manipulava nos seus laboratórios/oficina eram pontos de encontro e cavaqueira. O farmacêutico tinha um estatuto semelhante ao do político da terra, do cura e do mestre-escola, figuras a quem todos recorriam à espera de soluções. É disso que falam aquelas quatro paredes carregadas de histórias, sendo que a ajuda e o afecto continuam a ser o norte de quantos, da mesma família e funcionários, ali se mantêm honrando a memória de cento e dez anos.
Ola Mlg..
Fico encantada com todas as suas histórias, graças a si comecei a interessar me mais pelas coisas antigas, pelo património , pelo o que é nosso “o que é Português”! É sempre bom saber que há pessoas tão cultas no nosso país e que trabalham para de alguma maneira divulgar essa mesma cultura. Parabéns a si porque através do seu blog mostra-nos sempre tudo o que há de melhor no nosso território, que embora pequeno é muito grande a nível de história. Lembro me de o ouvir dizer no programa que “não liga nenhuma ao futebol” bem e sou fã das 4 linhas, dos cartões amarelos e vermelhos, mas acho que há espaço para tudo. Uns gostam mais de umas coisas do que de outras faz parte, mas sendo eu fã de futebol, acho que o nosso país não têm e com muita pena minha capacidade para certos desportos tão belos como o bailado clássico, ou até mesmo a musica como ópera, as orquestras, tudo isso acho pouco divulgado ou pelo menos não têm a dimensão do futebol. É pena. Quanto a si agradeço-lhe por continuar a pôr as suas “histórias” no seu blog, as suas descobertas, porque é cada texto seu que me deixa uma pessoa mais rica com a miudez da minha idade, que são os meus 16 anos.
Obrigada e um Bom fim de semana aos dois
Manuel
Tudo é mote de conhecimento para si, o querer conhecer, saber.
Está num nível grande de desenvolvimento pessoal, aprendo muito consigo.
Gostei muito.
NB- Tenho um farmacêutico em casa, há produtos nas farmácias desenvolvidos por ele. Existe muita gente que desconhece o que é ser farmacêutico, pensam é que um empregado de balcão da farmácia, são muito mais. Antes do medicamento sair cá para fora passou por muitos processos, investigação, criação, ensaios clinicos, controle de qualidade, etc. É um profissional de saúde, por isso dizem peça conselhos ao seu medico ou farmacêutico. Não sei se compra genéricos, muitos pensam que são diferentes dos originais. No genérico a substancia activa é igual ao original o que difere são os outros componentes. Dou exemplo com a culinária, há bolos feitos com ovos xl, farinha branca de neve, enquanto outros com ovos m, farinha espiga, mas não deixam de ter a qualidade dos outros. Em casa só compramos genéricos.
Abraço aos 2
Carla
Foi com todo o gosto que o recebemos, tal como fazemos com todos os clientes que nos visitam. Um artigo muito bem escrito com uma descrição sucinta mas perfeita, da história desta farmácia. De corrigir unicamente que a farmácia fez 118 anos no dia 1 de janeiro de 2016. A quem nos quiser visitar saiba que o nosso museu que está integrado no roteiro dos museus da nossa bela cidade.
Caro Manuel Luís,
Estou em Coimbra a estudar para ser Farmacêutico e queria comunicar-lhe que gostei muito do seu texto e imagens! Um grande abraço para si!
MLG…saudaçôes da aldeia 🙂
Quando se diz que está sempre a contar histórias..é sinal de quem as ouve está sempre a aprender..viajamos muitas vezes nelas as vezes lugares inacessíveis mas que ficamos a conhecer ,uma sugestão dia tornar as suas reportagens juntamente com as magnificas fotos e transformar num livro….
lá vou eu para a fila dos autógrafos…e projeto ser a primeira novamente…ah ah ah
um abraço
Olá MLG,
O Pedro Jorge tem razão!?
Eu acrescento :
– Contadas pelo MLG, são mais agradáveis de ouvir!
Obrigada pela partilha e continuação de boa semana.