A sala é lindíssima, veste-se de vermelho e ouro e tem história que se conte: um grupo de notáveis de Viana do Castelo decide criar a Companhia Fomentadora Vianense com o “fim geral de promover os melhoramentos materiais desta mesma cidade e especialmente para se proceder à edificação de um theatro”.
O teatro foi inaugurado oficialmente a 29 de Abril de 1884. Trata-se de um teatro à italiana (sala em forma de ferradura, com três ordens de camarotes), autoria do arquitecto José Geraldo da Silva Sardinha, com um tecto pintado por João Baptista do Rio, um “céu” ornado pelas figuras de célebres dramaturgos, e onde julgo descortinar a de Gil Vicente, pai do teatro português, e a de Almeida Garrett. O pano de boca terá sido desenhado por Luigi Manini e pintado por Hercole Lambertini, um e outro, à altura, cenógrafos do Teatro de São Carlos, de Lisboa. Ainda hoje ele existe, se bem que guardado em bastidores, dado que numa pretensa obra de restauro alguém o pôs “teso que nem um bacalhau” (quem te manda sapateiro tocar rabecão!)
A noite foi de festa no Teatro que leva o nome de Sá de Miranda (conimbricense, mas minhoto por casamento e adopção) por ser de estreia de mais um espectáculo da companhia residente (Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana), com a marca Fernando Gomes, uma vez mais convidado para ali representar (e de que maneira!) e encenar, e de celebração dos vinte e três anos de actividade da companhia. Sala lotada para assistir à “Vida trágica de Carlota, a filha da engomadeira” (uma história daquelas, de faca e alguidar, a partir de uma das obras de Camilo Castelo Branco) e aplaudir o talento da direcção e representação. Trata-se, de facto, de um espectáculo muito divertido e bem engendrado, com soluções cénicas criativas, muitas vezes inesperadas, servido por um inspirado conjunto de actores/artesãos da palavra e do canto.
Houve momentos em que me lembrei de um género teatral que foi muito popular no nosso país e por onde passaram os maiores da representação, a opereta, e logo ali no Sá de Miranda cujo primeiro espectáculo foi justamente a opereta “Boccaccio”, nos idos de oitocentos.
Amanhã contar-lhe-ei tudo no “Você na TV” para que, em estando em Viana ou redondezas, não falte à festa, celebrando também dessa forma uma Companhia que há vinte e três anos vive o Teatro, por vocação e paixão.
Boa noite! Queria deixar uma sugestão: gostava muito de saber quais as suas músicas preferidas ( gostava de saber se aprecia música clássica, por exemplo) e os seus atores/atrizes preferidos! Que tal?
Sabe Miguel acho que já disse e mais do que uma vez aqui no blogue que gosto muito de musica clássica. Há vários textos sobre concertos e óperas a que assisto regularmente.A última foi a “Tosca” de Puccinni na Ópera da Bastilha, em Paris. Mas não faltarão outras oportunidades para o fazer. Um abraço
Muito obrigado pela resposta. Ultimamente, tenho ouvido várias vezes “Lacrimosa” de Mozart. A nota final é simplesmente assombrosa. Deixo aqui um link https://www.youtube.com/watch?v=Zi8vJ_lMxQI
O espaço muito me faz lembrar o teatro Lethes em Faro… não conhecia este, mas se tão belo for como o Lethes vale sem dúvida ir não só pela peça de teatro, mas para contemplar este magníficos locais!
Imagem do lethes aqui…
http://4.bp.blogspot.com/__Uj1P_rUXRQ/S8CFVJSJV9I/AAAAAAAAASs/T46hzwTP9ec/s1600/20070907GYM19_concerto_.jpg
Miguel
Olhe que a imagem que me enviou é do Teatro Sá de Miranda. Um abraço
Obrigada Manuel Luís por ter publicado aqui no seu blogue, o grandioso teatro Sá de Miranda daqui da minha belíssima terra que a minha Viana do Castelo. Muitos Beijinhos desta sua admiradora Maria João Ferreira de Viana do Castelo.