É assim que se fica em se estando no hotel Yeatman, seja em que quarto, suite ou sala for. Não há outra vista se não esta do Porto, magnífica e arrebatadora. Como que oferecida aos olhos que a contemplam. Desbravar as memórias e emoções de cada rua, praça e recanto é o desafio proposto a quem visita a cidade, pela enésima vez mas sempre com o empolgamento de uma primeira.
Entre nós só o Douro, tenho que felizmente regressado ao coração dos portuenses, depois de anos de desleixo e abandono. Tem humanidade este rio de ouro e se vão longe, para lá da barra da memória, as excursões em barcaças puxadas por rebocadores, não deixa hoje de ser estrada líquida para quantos, talvez mais camones que tugas, vão por ele arriba à descoberta do vale encantando da vinha, do labor e do engenho. Gosto do Porto é o que é! E não me canso de o pensar!
Yeatman é nome de família inglesa, ligada ao comércio do vinho do Porto desde 1838. Os seus descendentes mantêm a tradição, sendo proprietários de três das mais importantes empresas produtoras de vinho e deste hotel, inaugurado não há muito, do lado de cá de Gaia e inscrito na prestigiada cadeia “Relais & Chateaux”. O caso, ou melhor, a casa não é para menos. Espaços amplos, luminosos, decorados com bom gosto, pelos próprios proprietários, usando de uma particular sensibilidade e elegância britânicas, partindo do tema vinícola, essência de toda a região, e onde a arte afável e generosa de receber é bem portuguesa. Inexcedível de simpatia, profissionalismo e eficácia o acolhimento é dos maiores trunfos desta unidade hoteleira só por si de grande gabarito.
No restaurante oficia, a grande altura, Ricardo Costa, chef executivo de toda a unidade, natural de Aveiro (resta saber se cagaréu ou ceboleiro) e toda a sua diligente brigada, dando alma a uma cozinha de autor celebrada com uma estrela Michelin.
Entre deliciosas e criativas “boas-vindas” saudações e propostas do menu, almoçar ou jantar ali, sempre com o Porto nos olhos, é aquilo que entendo como chegar às portas do Paraíso.
Olá Manuel Luis.
Com o Porto nos olhos.Muito bonito o Porto visto por si.Se todos os Portuenses vissem o seu Porto assim …talvez fosse possivel por-lhe nos olhos a cor de azeitona e os lábios cor de romá com cabelo solto ao vento e uma pele setinosa que acha?
escorreguei no seu texto lindo e deixei-me ir num barco á vela por esse rio acima.
bem-haja por me fazer reviver a minha infância nesse rio Douro tantas e tantas veses,e que guardo lindas e belas memórias desses velhos e bons tempos da minha infãncia
Obrigada
Deixo-lhe o meu abraço de abraço
Aida