A minha agenda, a minha agenda

“P’ró Natal o meu presente eu quero que seja
a minha agenda, a minha agenda…”

Lembra-se da cantilena? Já tem mais de vinte anos, mas sempre que penso em comprar a agenda para o ano que se segue, é inevitável recordá-la. Quanto à dita, já a tenho, sendo que não a dispenso bojuda com uma folha para cada dia, que sou daqueles que gosta de anotar todos os afazeres, não vá a memória atraiçoar-me.

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Gosto desta, da papelaria Emílio Braga, mosqueada, mas também as há cheias de cor, do magenta ao amarelo. E já que passei pela papelaria com fábrica nos fundos, acabei por comprar também alguns blocos para neles tudo apontar, que os tenho sempre por perto como ferramenta de trabalho e de lazer, tanto servindo para receber a pesquisa, sobre isto ou aquilo, que me há-de ajudar numa conversa televisiva ou numa reportagem no exterior, como para cumpliciar frases soltas, memórias, estados de alma ou desabafos.

Dei por mim encantado com o processo que lhes dá forma e carácter, e que se mantém tal e qual como Emílio Braga ensinou há praticamente cem anos (1918), quando na rua Nova do Almada abriu uma das melhores papelarias da cidade. Eis o caderno (ou bloco) português, resistente, elegante, de capa forrada a papel “chagrin”, lombada e cantos coloridos, de fabrico artesanal. Anda na mão de poetas, escritores, ensaístas, jornalistas, actores… gente de ideias rasgadas, quase como objecto de culto. Hoje não troco um destes por um Moleskine. Não mesmo!

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www.emiliobraga.com

3 comentários a “A minha agenda, a minha agenda

  1. Paulinha Velez

    MLG

    hábitos de vida,,quando trabalhava no ensino especial apanhei esta mania de ter tudo escrito quase como um dário,actividades do filho,,as minhas as compras,tudinho…
    Hoje em casa continuo a ter agenda o que marco lá?? Tanta coisa,,,encomendas,idas ao Voce na TV ah ah 😉 até o que vou fazer de jantar para o maridinho ,,,vida sem agenda é possivel mas não seria a mesma coisa
    beijssss

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  2. Paula Patrício

    Todos os anos, a compra da agenda para o ano seguinte é quase um ritual.
    Procuro, arduamente, aquela que não seja demasiado dispendiosa, que me faça sorrir e que tenha, obrigatoriamente, uma folha para cada dia do ano. Como o Manuel Luís, também eu sou daquelas pessoas que anotam tudo e mais um par de botas na agenda, apesar de todos os aparelhos electrónicos que proliferam por aí. A máquina erra; o papel perdura.

    Comprei a minha ontem e, apesar de já ter anotado alguns compromissos e datas especiais que acontecerão no ano que se aproxima, não é a agenda que me agrada à vista. Foi bastante económica, tem uma folha por cada dia do ano, mas não me enche a alma.

    Agora, depois de ter lido o seu texto e de conhecer as agendas da Papelaria Emílio Braga, estou a um passo de deixar a Agenda Condor de lado e comprar uma destas que são tão engraçadas.

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