UM TESOURO NA SERRA DE SINTRA

Foi há dois dias que descobri este tesouro que a serra de Sintra escondia. Uma casa e clube de chá, onde era o Hotel Victor, referido por Eça de Queiroz, em “Os Maias”, e muito apreciado na época, também, pela vista para o casario histórico da vila.

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Entrar ali é viajar no tempo, a finais do século XIX, quando foram pintados os murais que vestem as paredes e que Ana Lourenço Paiva, que há muito acalentava o sonho de ter uma casa de chá, soube respeitar escrupulosamente ao decorar todo o espaço de forma cálida, romântica e confortável mas sem se sobrepor ao talento dominante de Luigi Manini, autor das pinturas.

Luigi ManiniDeste, diga-se que foi arquiteto italiano, da Lombardia, mas que terão sido os seus trabalhos enquanto cenógrafo no “La Scala” de Milão, em 1874, que o terão trazido para o “São Carlos” e para o “D. Maria II”, de Lisboa. No nosso país projetou o Palácio do Buçaco, destinado às atividades de caça da família real, e a Quinta da Regaleira (ali a dois passos).

 

 

Estórias que ficamos a saber enquanto saboreamos um dos muitos chás da “Theodore”, marca francesa reconhecida em mais de trinta países, pela exclusividade dos seus produtos. Esta consegue-se à custa da compra de toda a produção de vários jardins de chá, depois da opinião especializada do seu provador oficial que seleciona de acordo com o sabor, o aroma e a qualidade. Cada chá exige o seu tempo de infusão e temperatura de água, esta sempre da mineral, por opção de quem dirige o “DOM LOPO”.

fotografia-293 Não vai o chá sem scones, segundo uma antiga receita inglesa que aqui conhece, contudo, outras duas versões: uma com passas e outra com pepitas de chocolate. Dizem-me que uma verdadeira tentação! Há sempre um ou mais bolos do dia, para além das panquecas ou das mini-sanduiches. Haja apetite!

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Depois, se quiser perpetuar em sua casa os momentos ali vividos, saiba que há ainda uma pequena loja-gourmet onde pode comprar os chás “Theodore” ou os “Gorreana”, nossos de S. Miguel, e orgulhosamente o digo, os únicos chás produzidos em toda a Europa, para além de deliciosas compotas caseiras. Mas acredito que em conhecendo esta casa de chá, dado todo o ambiente e o profissionalismo com que somos atendidos, lhe apeteça regressar uma e outra vez. Eu volto sempre aos locais onde me sinto feliz!

DOM LOPO
Casa e clube de chá
(também servem almoços e jantares)

Largo de Ferreira de Castro, 3
Sintra
Telefone: 21 924 23 30
Fecha às segundas-feiras

7 comentários a “UM TESOURO NA SERRA DE SINTRA

  1. Luis vitorino

    Caro Manuel O conteudo que escreve a cerca do espaço em sintra e de louvar ( D. Lopo), no entanto agora a cerca de 1 ano este espaço reabriu como casa de cha e RESTAURANTE e tem Pelo nome de D.Maria uma homenagem a mae do proprietario. Agradeçemos a actualizaçao da informaçao no seu blogue.
    Aproveitamos para o convidar a conhecer o novo espaço.
    Atenciosamente
    Luis Vitorino

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  2. Joaquim Boavida

    O Hotel do Victor é também citado por outro grande escritor português, Camilo Castelo Branco, em “A Queda dum Anjo”. Calisto Elói, personagem principal da narrativa, instalou-se neste hotel, para ficar perto de Ifigénia, a sua sua amada.

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  3. ana

    Actualmente chama-se Restaurante Salão de chá Dona Maria, o dono é simpatiquíssimo, e a comida divinal .
    Sitio maravilhoso para um almoço ou jantar romântico. Adorei e recomendo.

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  4. alfredo anciães

    Muito agradável o chá e as refeições neste antigo hotel romântico de onde se pode apreciar a paisagem da várzea de Sintra e o antigo Castelo dos Mouros. A decoração interior é linda. É um local aprazível de Sintra, ali mesmo no casco histórico.

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  5. Lina Amaral

    Não conheço , mas deixou me fascinada. As pinturas dos murais de Nanini, e toda a evolvencia romântica , prometo que em breve lá irei.

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