Pela Mulher

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Pus salto alto pela real igualdade das mulheres no acesso aos cargos de decisão e poder. Pela sua independência económica, a começar pelo salário que deve ser igual ao dos homens, seja qual for a função. Pelo respeito às suas diferenças, que são elas que nos acrescentam.
Pus salto alto pelas mulheres mortas às mãos dos seus companheiros e maridos: quarenta e três no ano passado, sete já este ano, que ainda agora começou. Pus salto alto pelas centenas de mulheres que, diariamente, são moídas de pancada, porque há homúnculos que só sabem lidar com os seus tormentos através da bestialidade. E fazem-no abusadamente em nome do amor, como se este não fosse o melhor que temos a propor mas sim o pior.
Pus salto alto pelas mulheres, celebrando-as, e assim sou tão mais homem.

Orgulhosamente sou um dos “100 homens sem preconceitos” que, aceitando o convite da revista Máxima, calçaram os sapatos de salto alto, desenhados por Luís Onofre, pela igualdade. O resultado do desafio está agora em exposição, e até dia 2 de Abril, das 10 às 18 horas, no Centro Cultural de Belém, com entrada livre. E continuará em livro, cujas receitas da venda reverterão a favor da Associação Laço. Pela Mulher.

29 comentários a “Pela Mulher

  1. maria de lourdes clement

    Manuel Luí.
    s admiro-o MUITO. Parabéns à sua mãe que gerou um homem com H grande e um enorme coração. Bem haja por ser quem é

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  2. Berta Veiga

    Nunca vivi na família violencia doméstica,nem do meu lado nem do lado do meu marido.Espero que assim continue e que no futuro as minhas filhas e netas possam escrever o mesmo.Adoro os saltos,ehehehhehe.Beijo

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  3. Frederico Magueta

    Manuel Luís, gosto muito de si. Pelo grande profissional que é, e também porque sei que tudo aquilo que faz,faz com empenho e porque o quer fazer. Este gesto é mais uma prova do GRANDE HOMEM que é, porque o fez sem se preocupar com aquilo que os outros possam pensar ou até mesmo dizer . Se todos fossem como você, o mundo estaria muito melhor. Espero que continue assim, porque cada dia que passa nos surpreende cada vez mais.
    Cumprimentos.

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  4. Raquel Carrolo

    Obrigado por nos defender tanto e por tanto nos acarinhar, senti na pele a violência domestica, libertei-me a tempo e refiz a minha vida, sou feliz!!

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  5. Graça Martins

    Manuel, que pena que a maioria dos homens não tenha a sua sensibilidade e a sua capacidade para perceber e admirar as pessoas que têm a força para se libertarem dos seus agressores. Nem tenho palavras para lhe dizer o que a sua atitude para com a senhora, concorrente do Masterchef, que confessou ter sido agredida pelo companheiro uma vez e não ter permitido que voltasse a acontecer novamente me tocaram. Tenho 48 anos e tinha 30 quando de repente descobri que a pessoa com quem estava casada há sete anos e de quem tinha duas filhas (e tenho, naturalmente), era capaz de me levantar não a mão, mas o pé. Foi capaz de me pontapear enquanto segurava uma das nossas filhas ao colo. Cobarde e gratuitamente. Não lho permiti uma segunda vez, a minha dignidade falou mais alto, contra tudo e contra todos, em especial contra os meus pais, que o acolheram na sua casa, acabei imediatamente com aquele casamento. Quem bate uma vez, volta sempre a bater. Sempre acreditei nisso e continuo a acreditar. Eduquei as minhas filhas sozinha, voltei a encontrar o amor ao lado de um Homem maravilhoso que me respeita e às minhas filhas e sou muito FELIZ. Se foi fácil? Claro que não, mas as coisas boas da vida nunca o são. E foi uma coisa muito boa não ter continuado casada com um ser humano capaz de bater em alguém. Um bem haja para si por ser tão Humano.

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    1. Mlg

      A Graça é que merece todo o meu respeito, pelo que não permitiu ao seu companheiro. É um exemplo para outras mulheres que não têm a coragem de dizer basta. Um beijo para si.

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  6. Alice Lopes (padeira)

    _Infelizmente nasci no meio da violência doméstica. Não me lembro de todas as agressões que a minha mãe sofreu mas sei que andou um mês com um ombro negro. Nesse dia salvou a minha vida. Eu tinha apenas dois anos. Passou meses sem comprar pão porque não tinha dinheiro. E era agredida porque não tinha comprado pão. Passou muita fome. Levava-me com ela, para o campo, porque não tinha ninguém que ficasse comigo. Eu tinha tonturas e desmaiava tal era a fraqueza por passar fome. Mas no dia 14 de Julho de 1974 fez o que deveria ter feito aquando da primeira agressão e deixou o meu pai – chamo-lhe pai porque assim mo exigem ( não sei porquê !) – e voltou para casa dos pais.
    Nunca refez a vida.
    É uma guerreira. É uma lutadora. Fui sempre a primeira prioridade.
    Hoje, com 68 anos, está doente. Sou a única família que lhe resta.
    Perguntam-me várias vezes o que vejo em si para o gostar tanto. Acho que sabe a resposta.
    Love you. Alice.

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  7. Ana Ranita

    Atitude maravilhosa digna do maravilhoso ser humano que é. Obrigada pelas suas palavras que dignificam a condição de ser mulher, um ser humano igual a todos os outros e merecedor do nosso respeito e admiração.
    Obrigada por ser quem é e por nos brindar diariamente com a sua personalidade única.

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  8. Margarida Lança

    Manuel, tão mais HOMEM! Grande homenagem a todas as mulheres. Obrigada, pelo seu apoio incondicional às vitimas de violência ou de discriminação. Bem haja.

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  9. Graca Silva

    Um homem com um H grande. Sempre o admirei por ser uma pessoa sem preconceitos, um excelente apresentador e uma pessoa com um grande coração. Com todo o respeito receba um beijo.

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  10. Sonia Machado

    É tão bom saber que ainda existem seres humanos com um bom coração ! Um grande obrigado pelas suas palavras de motivação . Beijinho

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