A GAIOLA DOURADA

gaiola

E não é que “fui ao nimas”!? É verdade! Depois de ter conversado no programa desta manhã com Rúben Alves, realizador e autor do filme “A Gaiola Dourada”, deu-me na veneta não deixar para o DVD, que por cá há-de sair lá para o Natal, o que podia hoje mesmo ver na tela. Confesso que há muito não me via no escurinho do cinema, prefiro as fitas em casa, sabendo que não é mesma coisa mas que, pelo menos, posso ver e rever as cenas que mais me agradam as vezes que bem entender. E depois não há telemóveis a tocar, pipocas a trincar ou refrigerantes a… você sabe!
Que vos posso dizer acerca do filme que não tenha sido já referido e particularmente por milhares e milhares de emigrantes? Que é um olhar terno, e ao mesmo tempo lúcido, da vida de quantos, sobretudo na década de sessenta, procuraram noutros países um outro conforto e desafogo, sempre com o objectivo de um dia regressarem ao seu chão.

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O realizador, nascido em Paris, celebra deste jeito seus pais portugueses do Norte, ele operário da construção civil e ela porteira, tal e qual os protagonistas do filme, e neles toda uma geração feita de coragem e sofrimento no afã de triunfar em sociedades, por vezes hostis e sobranceiras, à custa de muita labuta reconhecida como de qualidade e imprescindível. A trama faz-nos soltar gargalhadas e lágrimas, como se isto de se ser português tenha algo de tragicomédia. E não terá?! “Este filme é a nossa vida”, diz a maioria que o viu, de brilho nos olhos e nos lábios. Um filme que conquista, porque feito com verdade, porque feito com o coração. Saí do cinema de bem com quantos sabem honrar este país. Parabéns Rúben.

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37 comentários a “A GAIOLA DOURADA

  1. Marta L.

    Infelizmente ainda não vi este filme, reconheço que se hoje em dia a vida longe do nosso país é muito dificil, mais seria há 40 anos atrás, ainda pra mais que não havia a facilidade de existe hoje para dar um ‘saltinho’ à nossa terra matar as saudades. E cada vez que vou até ao meu querido Ribatejo, mesmo sabendo o estado do nosso país a nivel de trabalho, dava tudo para ficar e não voltar mais… isto parece até absurdo, querer deixar uma vida mais desafogada para ir para uma vida incerta… mas as nossas raízes falam mais alto, falta-nos o cheiro da nossa terra, o calor do nosso povo… acredite que quando o povo emigrante regressa ao seu país nas férias, vai de coração carregado de saudades e todos os anos promete que será o último a voltar ao país que lhe deu trabalho e uma vida melhor… beijinhos

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  2. Juvenálio Botelho

    Também eu fui emigrante, ou melhor filho de emigrantes, neste caso na Alemanha, ainda não vi o filme, mas vi o trailer . De tudo o que foi dito anteriormente parece um pouco da vida que eu passei, da escola que frequentei na Alemanha, só que lá a língua é muito mais difícil . De tudo o que vi, li e ouvi o que me toca são os comentários tipo a DIVISÃO , nem pertences 100% lá, nem 100% cá isso continua passados mais de 30 anos . Voltei para cá com os meus pais em 1974, a maior frustração é saber o que fizerem deste país desde o 25 de Abril, o sonho tornou-se em pesadelo, hoje nós, mas principalmente os nossos filhos são obrgados a reviver “aquela” epopeia dos emigrantes…

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  3. Maria Emilia Cunha Lopes

    Gostava imenso de ir ver mas não tenho companhia,não posso contar com o meu marido,tb era uma despesa k neste momento não é possível.Ainda bem k foi ver sempre mudou de ambiente,embora em casa seja outra coisa está mais descontraído.Não precisa de ver este filme ou outro qualquer para ficar mais culto o Manel já é culto de nascença, fico admirada qd o ouço falar em coisas como história ou outro assunto o Manel sabe sempre,é fantástico.As pessoas às vezes não precisam de ter MTS cursos para serem cultos e serem educados,às vezes são os k sabem menos.Bjo grnd Manel bom fim de semana

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  4. Lena

    Fico feliz por ter ido ver o filme. Toca no nosso íntimo, mm para quem não emigrou. Nascida em Paris, 17 anos lá, vim para a faculdade. Arrependida? Não. Triste com Portugal? Sim. Mas sbe o filme, é a vida de muitos emigrantes, uns com sorte, mas todos com muito muito labor. Meus pais 64 e 65 anos tiveram lá 43 e 50 anos respectivamente. Meu pai atravessou Portugal, Espanha… a pé para chegar a Paris. Uma vida de muito trabalho sempre com orgulho de ser Português e de ser quem é. Ela doméstica fora e porteira e ele bate-chapas e faz-tudo. Eu jornalista desempregada que optou por lutar e seguir outro rumo: técnica em actividades e terapias assistidas por Animais para fazer algo que goste e ajudar o próximo 🙂

    Bem-haja ao Rúben e a si Manuel Luís. Bom fim-de-semana 🙂

    Jocas gordas
    Lena

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  5. margarida cara nova

    vi o filme e comoveu me imenso,tambem soltei gargalhadas,o elenco escolhido é fantastico, esta tudo muito bem retratado.o ruben merece um Globo…e venham mais por ai…
    eu fui emigrante no canada,toronto e agora foi a minha unica filha…quem sabe o futuro ainda me leva de novo para lá.
    quanto ao Manuel Luis …palavras para quê…é fabulastico!!
    ja tenho saudades de o ver com a cristina.
    um bem haja
    margarida

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  6. ana

    o meu irmão esta em berna á cerca de 20 anos,tem um restaurante dele com empregados á seu cargo,mas antes de conseguir estar como patrão,sempre que vinha ca a Portugal visitar a sua esposa e filhos,quando era hora de partir,ele sempre chorava no adeus,pois so podia vir uma vez por ano,agora já tem toda a sua família junto a ele,mas as saudades não decrescem,os seu filhos não querem ca ficar,mas eles sim,doi muito sair do nosso chão,é quase como se nos “arrancansem”o nosso coraçao,a nossa alma,valha-nos os programas como o seu e o da cristina que não so em Portugal nos diverte e informa,mas como no resto do mundo,inclusive na suissa,bjinhos e bem haja

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  7. Flavia

    Bom dia,
    Eu vivo em França e foi com grande emocao que eu, meu marido e mais um casal amigo vimos este filme maravilhoso. Rimos e choramos e no fim chegamos a mesma conclusao que viemos a conquista do mesmo, de uma vida melhor mas com o intuito de um dia mais tarde voltar para casa, PORTUGAL, onde somos sempre bem recebidos. E o calor humano e diferente.

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  8. Cruz

    Boa noite, já tinha vontade de ver o filme, e cada vez mais se aguça. Quase todas as famílias têm alguém que emigra, nomeadamente para França, e a minha não é exceção. Desde já felicito pelo grande apresentador, que foi, que é e que será sempre, e pela forma como chega à casa de todos.
    P.S. Adorei o casaco que tinha no programa (da banda desenhada) e reparei que já não é a primeira, e talvez também não a segunda vez que o leva. Prima pela diferença e é deveras bonito.
    Cumprimentos,

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  9. Virginie Dias

    Este filme relata a minha infância, nasci em Paris sou filha de emigrantes em França, a minha mãe era gardienne d’immeuble e o meu pai chauffeur livreur, foram à procura de melhores condições de vida , passado 43 anos estão de regresso a Portugal para gozarem a merecida reforma. Com a gaiola dourada tive oportunidade de reviver momentos únicos chorando,rindo e recordando.Este filme toca no coração especialmente a quem está lá fora e acaba por estar dividido entre os 2 países, Parabéns ao elenco e obrigada Rúben pela excelente filme.

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  10. Rita

    Vi hoje de manhã a sua entrevista e é com muito agrado que sei, agora, que se decidiu a ir ver este filme ao cinema. É de facto maravilhoso ! Faz-nos chorar a rir e chorar de emoção.
    E, tal como foi dito de manhã, acho que não só é um espelho do que os emigrantes vivem/viveram e com o qual se podem identificar, mas também ajuda os que cá continuam a olhar para tudo isto com outros olhos.
    Parabéns ao Ruben pelo amor e profissionalismo que colocou neste filme.

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  11. Tila

    Manuel,
    Quando vi o filme, senti que o já tinha visto há 30 anos atrás, só que os actores eram os meus pais. Como tantos outros foi com muita emoção que senti na pele a ansiedade de Voltar. Esse era um Grande dilema. O sorriso da Maria quando diz “je vais avoir ma maison au Portugal” só pode ser sentido por quem esteve nas décadas de 70 e 80 , e que voltou. Sem sombras de arrependimentos ainda hoje penso , como teria sido a minha vida se lá tivesse ficado. Foi o filme da minha vida. Um grande obrigado por esta homenagem do Rúben aos pais e a tantos outros pais que foram emigrantes ou que ainda o são.
    Um grande abraço.

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  12. Maria José Coimbra

    Hoje vi o programa, não queria acreditar que MLG não tinha visto o filme e como consegui conduzir tão boa entrevista com o realizador Ruben.
    Fiquei contente de saber que não resistiu e já foi ver… ficou mais rico na sua excelente cultura geral que tanto admiro.

    Coimbra 06.09.2013

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  13. Matilde

    Excelente!!! Adorei a conversa desta manha e sabia q nao ia resistir a ver o filme 😉 Eu Vi-o ontem e adorei 🙂 Excelente e a palavra!! Realizador e actores estao de Parabens!!! Tres Bon!! Magnific!!!

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  14. Maria Martins

    Olá Manuel, vi hoje a sua entrevista ao Ruben, no Você na TV, inclusivamente fiz um comentário no seu facebook!. Quando disse que ia aguardar pelo DVD, pensei…..que pena, este filme merece que seja agora visto e revisto no DVD, quando o mesmo sair. Eu não tenho história no meu passado familiar, de emigrantes, mas tenho amigos do coração que eles e os pais, foram. Talvéz por tantas histórias que ouvi, este filme eu o senti como se fosse uma historia minha ou dos meus familiares. Para mim, está de uma realidade, de uma autenticidade arrepiante. Dou-lhe a si os parabéns pela tomada de decisão de hoje, tanto pela entrevista, merecida ao Ruben como por ter ido ver o filme!!!!!!Tudo isto me transporta para uma realidade do futuro, porque tenho uma filha á ano e meio em Inglaterra e eu mesma com a realidade deste país, tudo estou a fazer para que com os meus já 54 anos e sem emprego, sem subsidios (até porque nem sempre concordo com esse subsidios, deveriam ser entregues a quem sempre lutou e trabalhou muito neste país, produziu muito, e nem sempre os mesmos são entregues a esses) irei partir para trabalhar seja no que for, porque trabalho honesto não envergonha ninguém, pelo contrário, dá-lhe mais orgulho no ser que é. Peço desculpa por me ter alongado tanto no meu comentário. Desejo-lhe as maiores felicidades, e nunca deixe de ser como é!!!!! Parabéns pelo seu trabalho.

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    1. Sofia Espiríto Santo

      Boa noite Manuel Luís,

      Depois da entrevista de hoje, fiquei agradada pelo facto de ter ido ao cinema ver a Gaiola Dourada.
      Eu própia sou filha de emigrantes, vi o filme, foi um misto de emoções.
      Adorei!!!!!
      Tenha um óptimo fim de semana.

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  15. Stéphanie Cardoso

    Adorei o filme e,sem dúvida, retrata a vida de muitos emigrantes,que pelos mais diversos motivos deixaram o seu País, em busca de uma vida melhor.
    Sendo filha de pais emigrantes, também eles de França (Versaille) senti-me na “obrigação” de os levar ao cinema para contemplar um filme com tanto sucesso e que tão bem retrata parte da vida deles!
    Beijinhos e continuação de um óptimo trabalho junto da Cristina

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  16. Rute

    Aqui em casa quem trata das idas ao cinema sou eu, e confesso que acho que tenho sempre queda para o filme, vendo apenas o trailer. Vi o trailer deste filme gostei e mostrei o meu agrado aos meus pais e ao meu namorado para ir ver. Mas entretanto estreou outro filme também com dedinho português RPG. Falei novamente disso à minha familia e lá decidimos ir ao cinema, mas o RPG não estava em exibiçao e desde logo disse para ir-mos ver a Gaiola Dourada, ao inicio membros do meu grupo ficaram desconfiados, mas no fim, quando acabou o filme pude ver a satisfação nos seu olhos.
    É um excelente filme para se ver com qualquer companhia, é realmente um filme extremamente bem produzido e escrito!

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  17. David Costa

    Ainda não vi mas espero ver porque meus pais foram emigrantes e meu irmão foi o ano passado para lá por não haver cá oportunidades. Vivo numa aldeia que no mês de Agosto se enche daqueles que partiram em busca de condições melhores. Há uma certa tristeza quando recordo os emigrantes que apenas por uma questão financeira são obrigados a largar as suas origens. Vivo no Minho e os emigrantes de cá relembram o país pelo som da concertina e dos folclores, o pior que pode acontecer a um emigrante é sentirem-se estranho no país onde trabalham e sentir-se estranho no país onde nasceram. Vou lutar contra tudo e contra todos para não ter de abandonar o meu Portugal. Fazer uma carreira de ator cá e ser feliz no meu país.

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  18. Ana Cristina Fragoso

    E gostou do filme Manuel Luis ? Eu gostei muito, eu vivi em Paris muitos anos, a minha família é toda emigrante, e o filme é mesmo a vida dos emigrantes em França.

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  19. Carmen Ferreira

    Vi o filme quando estive em Portugal de férias no passado ( e já longinquo…ao menos parece-me..) mês de julho!
    Que dizer? Que já não tenha sido dito acerca deste filme? E por quem está longe e sente na pele o frio da palavra “emigrante”…
    São arrepios de saudade e a vontade de vencer que enxuga muitas vezes as lágrimas de quem já não sabe se regressa um dia…

    Realmente “o filme da nossa vida” !

    Abraço dos Alpes

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        1. maria

          Leu a crítica do Miguel Esteves Cardoso, Manuel Luís? manias de intelectualices e tentar ser diferente, para dar nas vistas. Tudo de bom e ainda bem que gostou, pois só temos de nos orgulhar de sermos como somos: genuínos e lutadores!

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