Abandonados

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“Maria Vitória Moreira Forte morreu esta madrugada nas urgências do Hospital Garcia de Orta, em Almada, depois de ter dado entrada às 11h00 e só ter sido atendida por volta das 20h15.

O filho da vítima, João Carlos Silveira, mostra-se “indignado” com a forma como a mãe “foi deixada ao abandono numa maca de um corredor sem comer”.

João Carlos Silveira conta que Maria Vitória Forte foi chamada às 19h30, mas como não percebeu o número do gabinete pediu ajuda a uma enfermeira que lhe disse que não o podia ajudar naquele momento.

Ao falar com o médico, ele disse-lhe que não ia ver a sua mãe lá fora e para a ir buscar. “Mas pôs-me fora antes de a ir ver”, revela, acrescentando que a mãe, de 89 anos, estava acamada há cinco meses na sua casa.

Por volta da meia-noite, o filho reparou que a mãe estava com dificuldades respiratórias e verificou que a botija do oxigénio “estava a zero”. Era 01h30 quando uma médica o informou que a sua mãe não poderia ir para casa. “Mas também não a podia internar, porque estava sem camas. Que teria que ir ficando por ali”, relata.

O óbito foi declarado pouco antes das 02h00. Esta é a segunda morte nas urgências do Hospital Garcia de Orta, no espaço de uma semana. A primeira aconteceu há oito dias”  (Noticias ao Minuto – 18/01/2015)

Crua a noticia que dá conta de mais uma morte nas urgências sem a devida assistência. Mais uma a juntar às várias que nas últimas semanas deviam fazer-nos corar de vergonha. Todas elas de velhos largados à sua (pouca ou nenhuma) sorte num corredor de um hospital.
Alguma coisa se terá de fazer a este Serviço Nacional de Saúde, acredito que seja inviável tal como se encontra, mas não me parece que o corte cego de verbas e profissionais a que temos assistido seja a solução.

Estamos a falar de vidas humanas e de sectores da população há muito que penalizados e  fragilizados. Onde está a humanização da Saúde com que uns quantos políticos, e outros tantos profissionais do sector, gostam de encher a boca? Balelas e mais balelas. Será que um velho, que toda uma vida contribuiu com o seu trabalho e impostos para o Estado já não merece o mínimo cuidado? É desperdício? É menos um a quem se paga reforma.
Que país somos nós ao desprezarmos quem mais devíamos honrar e celebrar?

Irónico é saber que uns quantos condutores de chaços preparam-se para se manifestar no próximo dia 1 de Fevereiro contra as medidas que a autarquia de Lisboa implementou no sentido da proibição da circulação, em dias úteis, na baixa da cidade de veículos anteriores a 2000, e não ver mobilização alguma face à desumanização crescente da nossa sociedade, onde mortes nas urgências sem assistência são desprezível exemplo.

É por isso que não me calo, protestarei seja onde for. É que já me faltou mais para ser velho (aqueles que maltratam e ignoram, também, um dia, o serão) e viver com dignidade até ao último dos instantes é um direito que deveria assistir a qualquer um. Estamos longe de ser um país civilizado. E pelos vistos, os piores exemplos vêm de cima. É tempo de pegarmos por Abril, para que o país não soçobre em raiva e estrume.

25 comentários a “Abandonados

  1. Marisa

    Infelismente é o que mais existe neste país.
    Heis a história do meu avô (e da minha familia):
    Doente oncológico de 84 anos “internado” durante 5 dias na chamada sala das macas do Hospital de Beja. Macas essas que não passavam de umas simples tábuas sem qualquer enchimento que conforta-se o mínimo qualquer doente que lá se encontrava na semana do Natal (Dezembro de 2014)… Ficou lá por sofrer de hemorragias em grande quantidade…
    Durante estes 5 dias e apesar das condições do meu avô, de tudo este hospital fazia para o mandar embora. Chamaram a ambulância sem ordem dos familiares (não sabiam se haveria alguém em casa ou não), tinha ordens de alta atrás de ordens de altas clínicas porque o hospital não serve para doentes em fase terminal mas que ainda se possam salvar (dito pelo chefe de equipa à minha mãe)
    Foi lhe administrado um medicamente dado a doentes de esquizofrenia… Enfim usaram e abusaram literalmente do meu avô como quiseram.
    Se um doente oncológico em fase terminal com hemoptises (hemorragias) e necessidade de oxigénio não tem um relatório clínico para estar no Hospital então quem têm? Ou será que por estar neste estado e já não ter salvação já não tem direito a conforto e qualidade de vida nos últimos dias de vida que lhe restam? Para que serve afinal os hospitais portugueses? Para deixarem morrer pessoas em cima de macas nos corredores dos hospitais sem terem assistência? Ou será que os médicos só sabem analisar gripes e constipações? Lá porque se têm 84 anos não se deixou de ser um ser-vivo.
    é completamente ridículo e frustrante para as famílias..
    É uma vergonha o país em que vivemos

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  2. Berta Veiga

    Tenho tantas histórias das urgencias,vividas em dezembro por diversas idas ao hospital pedro hispano com a minha mãe que agravou bastante a sua saúde e acredite que tenho um episódio menos bom mas também tenho episódios bons!como uma reavaliação do estado clinico da minha mãe e a passagem de pulseira amarela a laranja.Nem tudo é mau e nem sempre corre mal!!!!e esse lado também deve ser falado.O mau mas também o bom.

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  3. candida cerqueira

    Olá Sr:Manuel Luis Goucha eu tenho muita admiração por si,eu ano passado encontrei uma cadela dalmata, na rua muito mal tratada leveia para casa dei lhe um banho quente trei a das marcas no corpo, meti no facce book a foto da cadela mas nimguem se queichou enfim abandonaram a cadela,o meu filho mais velho levou a cadela ao parque da cidade e ha praia para esticar as pernas ela gosta muito de correr ,apareceu um policia e mandou o meu filho para e perguntou quem era a cadela ele disse que era dele , como ele é e côr pediu lhe a identifacaçao e agora quer que pague uma multa que vai de 25 a 3750€ eu ate penso que é bricadeira eu nao tenho dinheiro e nao quero ficar sem a minha cadela ja e da familia sou mar de 4 filhos com ela sao 5,so pedia ao Sr.Maneul se pode fazer alguma coisa pela minha cadela.obrigada pela atençao candida.

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  4. Ana

    Boa tarde Manuel,

    Acompanho o seu trabalho há muitos anos e cada vez o admiro mais. A pessoa que é, culta, informada, interessada, e honesta sem medo de ser aquilo que na realidade é. Também sou capricorniana e identifico-me consigo em algumas características de personalidade, opiniões, formas de pensar.

    Já várias vezes o ouvi falar sobre psicanálise e como encontrou resultados neste tratamento. Eu já tive experiências com psicólogos e psiquiatras, sem grande sucesso e resultados. Será que me podia dar uma ajuda a encontrar um bom profissional na zona do Porto?

    Agradeço-lhe desde já o seu tempo.

    Atentamente,

    Ana

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  5. Maria Petronilho

    Muito obrigada, estimado Manuel Luis Goucha, pelo seu excelente artigo.
    Obrigada por exprimir a opinião de quae todos nós, que sozinhos não temos voz,recusam escutar-nos e nós somos tão comodistas que não vamos para a rua, unidos, gritar contra este estado de coisas, mesmo sendo nós, os pobres e oprimidos, a svítimas e os financiadores delas.
    A sua voz chega longe e tem eco!
    Espero que nunca tenha de entrar naquele antro nogento que nem para morrer serve, chamado Hospital Garcia da Orta! Fazem-nos exames invasivos, e diagnósticos errados, perdem-nos… e mesmo assim querem operar-nos à força, se lhes der jeito… sei lá porquê, para quê!
    Sucedeu comigo: inventaram-me um cancro do endométrio, e se não lhes volto as costas estava armado o complot, sei lá se sairia dali com menos orgãos (afinal sãos, segundo exame posterior no British Hospital) se sairia num saco de plástico fechado com ziper.
    A porcaria é tanta! Nem colocam um lençol de papel sobre as marquezas, manchadas de todas as cores, de todos os fluidos….e tratam-nos abaixo de cão (perdão por utilizar a palavra cão, animal que amamos tanto).
    Fraterno abraço.
    Maria

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  6. MLG

    Muito obrigado pelos vossos comentários e, em vários casos, pelas histórias que vivenciaram em urgências hospitalares. Este é um assunto que já tratei no programa da manhã mas que infelizmente não se esgota em meia duzia de abordagens. Por isso a ele voltarei sempre que um dos nossos velhos (já sabem como gosto da palavra velho) for maltratado ou negligenciado.

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  7. Vanessa Macedo

    Bom dia Manuel!
    Subscrevo as suas palavras é uma vergonha e uma falta de respeito o que se passa no SNS. Sou da Ilha da Madeira Enfermeira e infelizmente desempregada á 3 anos porque neste pais se não tivermos “cunha”não entramos em lado nenhum. Enfermeiros há muitos e desempregados mas colocarem nada. Infelizmente espero que isto mudo porque com tudo o que se passa vejo que emigrar não é uma solução pois sou precisa aqui em Portugal.
    Mas realmente o que se passa é uma vergonha, claro que é difícil eu estar a falar deste lado, pois também sei que os profissionais de saúde são todos os dias sobre carregados fazer manha e noite no mesmo dia não é fácil, mas então que coloquem mais que mudem, pois como eu pronta para tralhar existem muitos e a tentar fazer 1 pouco a diferença.

    Cumprimentos.

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  8. Maria Dias

    Da mesma forma como já foi feita por mim uma carta de louvor ao HGO também manifesto o meu total desagrado pelo serviço prestado em qualquer serviço prestado neste hospital, nomeadamente o das urgências, no qual defendo ser o princípio para o bom trato do paciente, no que diz respeito ao bom diagnóstico.
    Claro que, à parte do que se vem passando pelo País, nos hospitais, as equipas dos profissionais de serviço têm toda a importância, se tiver vontades e tratarem dos pacientes como seus familiares fossem, indiscriminadamente.
    Tenho motivo(s) para afirmar que se o diagnóstico for bem feito o paciente pode ter, de uma única vez, alívio do seu sofrimento.
    Já a minha Mãe respondeu a médico nas urgências que não levou o meu Pai a este serviço para o depositar mas sim para o tratar. Neste caso, tivemos o bom senso, o bom profissionalismo de um enfermeiro, para verificar que o meu Pai não estava nas melhores condições de poderem darem alta ao meu Pai.
    Sabemos que, quem mais idade tem, possa ser mais vulnerável, mas haja dignidade para com todos os que possam necessitar do serviço nacional de saúde,.
    Fazem-nos sentir impotentes.

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  9. Michael de Ataíde

    É uma tristeza em que a terceira idade assim vive em Portugal! Vivo há 15 anos em Londres, Inglaterra, onde embora haja outro tipo de problemas com 3a idade (cultura diferente e ficam “esquecidos” dos seus familiares) mas o sistema nacional de saúde (NHS) trata-os com dignidade e respeito com que merecem! Estão isentos de pagar pela a medicação e nas urgências têm prioridade como as crianças! E mais não há taxas moderadoras para os idosos pagarem! Para além das grandes esperas nos hospitais portugueses onde infelizmente temos resultados tal como a Senhora Forte os da 3a idade não tem comparticipação em medicamentos que muitos idosos para puder sobreviver o seu dia a dia põe em causa a sua saúde ao não aviar os medicamentos para que ao menos tem um aparato de sopa! É a isto que ninguém vai a rua em Portugal pedir aos políticos para resolver mas tal como disse no seu artigo por uns chaços de ferro já vale! Haja paciência! Sou português com muito orgulho mas de vez em quando tenho vergonha de o ser como por exemplo neste triste episódio! E sim estou indignado e embora só tenho 38 anos sei que a velho chegarei lá (Deus querendo!) e quero que seja tratado com respeito e ter direito a um tratamento hospitalar se algum dia a precisar na minha velhice! É tão bom enquanto jovens não quere saber mas para lá todos caminhamos!

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  10. florbela carvalho

    Com todo o respeito por si e pela sua opinião,está repleto de razao no que diz respeito á vergonha que se passa no nosso sns,é revoltante .Quanto aos chaços a converça é outra ,nem todos temos ordenados chorudos para ter bons carros,eu tenho um chaço ganho o ordenado minimo não posso usar um carro que acabou de passar na inspeção? Adorava ter um carro novo mas nao posso dar o passo maior que a perna,comprando um mais novo e depois não o poder pagar.

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    1. Joana Gil

      Boa noite concordo plenamente com o que o Manuel disse, pois infelizmente tenho andado muito de hospital em hospital, e tenho visto muita coisa sou jovem tenho 31 anos mas infelizmente não tenho tido muita sorte já perdi muitos familiares uns mais idosos que outros não tenho avôs, não tenho sogra faleceu com 57 anos, o meu sogro com 64 temdemencia e esta num lar, e tenho o meu pai também com 64 anos com cancro em fase terminal esta nos cuidados paliativos, onde penso eu que seja bem tratado. DOI muito perder um ente querido seja ele velho ou novo pois são nossos, desde que o meu pai esta nos paliativos tenho convivido de perto com a morte e assusta muito, a medicina e a crueldade de muitos medicos, enfermeiros e ate a de auxiliares revolta, gostava de um dia poder contar a minha historia pois penso que poderia ajudar muita gente que esta a passar pelo mesmo ou ainda pior. Gostava de dizer o que é cuidar de um doente de cancro pois o meu pai veio viver comigo desde o dia do diagnostico, de poder contar como um doente terminal é tratado no hospital, como é visto pelos médicos e como podem ser injustos para doentes paliativos, a forma como falam as respostas que não nos dão, um dia escreverei um livro e contarem tudo o que o cancro e o serviço de medicina paliativa me ensinou e como mudou a minha vida, e o meu modo de estar o meu modo de viver. 🙁

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  11. Celine Martins

    Boa noite Manuel Luís! Subscrevo totalmente as suas palavras de indignação e de revolta perante uma situação que me deixa envergonhada enquanto cidadã portuguesa. Tenho medo quando penso no futuro. Medo por mim, pelos meus pais… Só penso no dia em que precisarei de recorrer a estas urgências. Evito ter estes pensamentos. Assusta-me. Mais uma morte, mais um ser humano que foi deixado ao acaso, como se de um simples objecto se tratasse. Penso que ninguém deveria ficar impune. Trata-se de uma vida. De alguém que foi “abandonado” num corredor, sem ter direito a uma última assistência médica. Provavelmente, deixada ao frio e à fome. Sinto-me revoltada. Profundamente revoltada. 🙁 :,(
    Celine Martins.

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  12. Luisa Amores

    Boa Noite Manuel…..
    O seu artigo é um espelho do que são os nossos serviços de saúde. O meu pai, entrou no hospital de Portimão, onde ficou internado em 15 de Dezembro passado com um diagnóstico de infeção urinária grave….Estávamos perto do Natal, foi-lhe atribuído um médico que estava de saída para o privado, acabou por ficar outra médica com os doentes desse médico que saiu, a srª mal vê os doentes internados…..Apenas….não tem tempo, está (segundo ela) a trabalhar por 3, ou seja, tem 3 vezes mais doentes do que deveria, por falta de médicos (uns reformaram-se, outros emigraram, outros preferiram o privado etc…etc…), medica os doentes e pede exames médicos por computador pelas informações que vai tendo através do pessoal de enfermagem, é quase às cegas, raramente vê os doentes, não consegue ter tempo, entre as urgências, consultas externas e internamentos, é um esforço imenso que prejudica imenso os doentes.
    Infelizmente o meu pai acabou por falecer ontem à noite…..exames médicos e assistência de enfermagem, não lhe faltaram……..tratamento para um cancro que seria descoberto cerca de 15 dias depois, jamais foi feito….e nem chegaram a saber se valer se valeria a pena iniciar um tratamento…era tudo na base das suposições e ….o tempo, foi inexorável, ceifando a vida do meu e de tantos outros que não têm assistência devida, por causa da falta de pessoal médico.
    Nos dias que andei pelo hospital, a confusão era mais que muita, macas nos corredores de internamento, imensa gente nas urgências á espera de atendimento/tratamento que tarda…tarda tanto que às vezes ceifa a vida de quem espera
    Acredito quer humanamente não seja possível fazer mais…..ENTÃO ALGUÉM PONHA A MÃO NESTA SITUAÇÃO!!!!
    Não, Manuel Luís, NÃO SE CALE…leve a sua/ a nossa voz a Portugal. ao mundo até que alguém perceba que a saúde é de ricos e pobres, novos e velhos e que todos pagamos os nossos impostos, temos direito a uma uma saúde digna, a um atendimento cuidadoso e preciso….Ninguém pede luxos…….A SAÚDE NÃO É UM LUXO………….ELEVE BEM ALTO A SUA VOZ Manuel Luís…..POR TODOS….POR PORTUGAL!!! OBRIGADA

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  13. Ana Maria Rodrigues

    Olá Manuel
    Também eu estou indignada com o que se passa nos hospitais,para além de tudo o que é dito na comunicação social,na terça feira pude comprovar que a realidade ainda é pior do que sabemos.O meu pai com 78 anos,várias complicações de saúde e depois de uma consulta na Associação de Diabéticos foi-lhe passada uma carta para ir ao hospital da Amadora a fim de ser visto por cardiologia pois tendo úlceras varicosas as suas pernas estavam em ferida e escorriam sangue.Chegámos ao hospital pouco antes das sete da manhã,foi á triagem,de seguida mudar as ligaduras e depois aguardar pela consulta de urgência.Para abreviar esperou cerca de 13 horas com as ligaduras novamente molhadas de sangue.Ao fim das primeiras seis horas fui indagar o motivo de tanta demora e disseram que já tinha tido alta,quando não tinha sido observado,quando foi visto pela médica e mandado para exames não havia sequer uma cadeira para se sentar e os pés a inchar monstruosamente a ponto de ter de ficar descalço.A médica disse-nos que era o caos total e que deviam deixar de receber doentes 4 dias para tentarem organizar os doentes.Ao fim das 13 horas veio para casa e nunca foi visto por nenhum cardiologista e mandado ao médico de família.Não posso deixar de realçar que médicos,enfermeiros e auxiliares fazem milagres pois trabalhar assim é impossível.Para ter uma noção melhor,estava um rapaz no corredor há 3 dias com uma bala na perna,é triste que depois de velhos e também os novos sejam sujeitos a tal suplício apesar de fazermos descontos toda uma vida.

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  14. Hélder T

    Tem que começar a falar por vivência em países e não falar por visitar. Parece tudo muito bonito , mas venha morar para Paris , os problemas são os mesmos, tal como em Itália onde morei 15 anos.

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  15. olga teixeira

    Agradeço este grito de alerta que o Manuel Luis está aqui neste espaço a partilhar, é muito complicado para quem tem pais idosos viver neste país, não me venham com a desculpa de falta de médicos, tenho infelizmente andado também por hospitais e sei bem o que presencio. Não faltam médicos que aliás são muito bem pagos, faltam sim Profissionais pessoas que abracem a profissão por vocação e não, porque fica muito bem andar de bata branca e se possível desapertada, dá um ar mais cool, e sempre de telemóvel nas mãos. O caso é de tal ordem grave que a minha mãe que se encontra doente recusa-se a ir ao hospital,( como é óbvio não vou dizer qual é, só digo que é um hospital do Porto), com medo de ficar lá para um canto, aliás numa das ultimas idas ao Hospital a médica deu uma injecção à minha mâe que quase lhe custou a vida, mas como costumo dizer aos meus amigos. Os Médicos são os únicos com ordem para matar e ainda são pagos para isso. Um Grande Bem Haja Para O Manuel Luis por ter a coragem de dar este grito de alerta em nome de todos os portugueses que por qualquer motivo estão mudos.

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  16. Ilda Alves

    É verdade Manuel Luis eu já passei por uma situação idêntica quando levei o meu pai que já tinha 90 anos feitos, que por acaso fazia no mesmo dia e os mesmos anos que a sra sua mãe , no dia 8 de Setembro de 2013 ao meio dia o meu pai deu entrado no hospital Beatriz Angelo muito mal foi de ambulância assim que chegou foi a triagem ficou com bracelete vermelha e foi chamado 4h depois para consulta logo de seguida chamaram me eu muito aflita a chorar porque tinha perdido a minha mãe há apenas 3 meses e disseram me leve o seu pai para casa ele vai morrer eu em pranto pedi façam alguma coisa não vou levar o meu pai para casa assim eu sou costureira não sei o que fazer a médica olha para mim e grita literalmente grita o que é que você quer o seu pai tem có có até aqui, e põe a mão em cima do peito do meu pai, eu só chorava e disse lhe metam lhe uma sonda limpem no, ela disse ele é velho, foi de tal maneira que eu tive que ser assistida, aquela médica foi de uma desumanidade incrivel, mesmo assim peço a Deus que ela nunca passe por o que eu estava a passar naquele momento o meu pai faleceu 3 dias depois. Eu com a minha quarta classe e costureira tenho orgulho no meu trabalho e penso que há pessoas na profissão errada. Ser médico não é profissão é vocação

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  17. Paulo José

    Boa Tarde Manuel Luis,

    Concordo consigo que se faça algo para acabar com esta pouca vergonha nas urgências, é uma vergonha, tanta gente desempregada e podiam dar empregos para os Hospitais e vê-se que não há auxiliares e enfermeiros suficientes, já estou desempregado à quase 2 anos e até ia de boa vontade, mas deixe discordar da sua opinião quanto ao que a Câmara de Lisboa fez com os Carros anteriores a 2000, como disse estou Desempregado como a maioria das pessoas que tem ” Chaços ” o meu é de 1993 mas está a trabalhar e neste momento como muitas pessoas não posso comprar nenhum e preciso deste para levar o miúdo à escola, é ridícula esta medida, no centro Histórico é aceitavel mas qualquer dia mandam-nos parar os carros e nem uma ajuda dão para comprar um mais actual, este Pais não é para Velhos e ” Chaços ” mas para Ladrões, enfim

    Abraço com estima

    Paulo José

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  18. João Carita

    Também o meu avô faleceu no passado dia 16 de Dezembro de 2014 nos corredores das Urgências do HFernando Fonseca (Amadora-Sintra) após mais de 5:00 de espera (porque lhe foi atribuída uma pulseira amarela) e sem oxigénio mesmo que os bombeiros tenham indicado ao enfermeiro da triagem a sua condição: tensão 4-6 e 75% de saturação de oxigénio.

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